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OS MIL CABELOS DE RITINHA

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        O Coletivo Meninas Black Power foi conferir o lançamento com cotação de história do livro infantil "Os mil cabelos de Ritinha", que aconteceu na cidade de Niterói, em dezembro passado. Escrito pela autora estreante Paloma Monteiro e pelo ilustrador Daniel Gnattali, o livro conta a história de Ritinha e seus variados penteados afro. Segundo a página de divulgação da obra no Facebook: Os mil cabelos de Ritinha explora o universo da beleza do cabelo afro, num convite para celebrar tudo aquilo que há de bonito no sorriso de cada criança que se reconhece e se admira nas páginas dessa história. 

Momento da contação, com Noemia Oliveira
       
        Para a autora existe uma carência de livros infantis com personagens principais negros no mercado e que esta foi a principal motivação para escrever a obra. "Em "Os mil cabelos de Ritinha" você é convidado a conhecer essa menininha que é uma lindeza só! Vaidosa e muito criativa, a Ritinha usa o calendário de um jeitinho muito especial: com a ajuda da sua família, ela escolhe um penteado diferente para cada dia da semana. Para conhecer essa história, você vai mergulhar em um livro inteiro de rimas, com uma poesia doce e divertida, ilustrada com muita cor e arte!" 
       O livro é bem apresentado. Bem escrito, impressão cuidadosa, com ilustrações bem coloridas. Escrito em forma de verso é possível acompanhar a leitura pelas figuras. O fundamental é que as "mil fases" do cabelo da Ritinha toca em um ponto que falamos bastante no MBP: identidade. A Ritinha usa tranças, dreads, black , turbantes, entre outros penteados que conhecemos bem, mas que muitas vezes nossas crianças não tem a oportunidade de conhecer. Penso que esse pode ser ponto de partida interessante para apresentar as nossas crianças a diversidade do universo crespo.
        Abaixo, registro super especial de uma das reuniões regulares da equipe Rio do Coletivo MBP. Contamos com a presença de duas mascotes, Júlia e Victória, e a Ritinha também estava lá!

* Algumas das imagens utilizadas estão disponíveis na página sobre o livro.



PELOS KAIQUES

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Mais um filho nosso morreu...
Sem dentes, com barra de ferro na perna, marcas de tortura.
Suicídio, disseram.
Kaique, 16 anos, gay, preto e pobre.
Suicídio. Foi mesmo.
Ser preto, pobre e gay é ter sentença de morte assinada.
Ecoa pelas avenidas, ruas, becos e vielas:
“Além de preto e pobre, é viado”.
Até quando a raça, a classe e a sexualidade vão matar os meus, os seus e os nossos?
A fobia das diferenças nos afeta.
Dói! Destrói famílias.Vidas.
Corrói.
Sufoca.
Corta a carne.
São filhos, irmãos e amigos.
Todos vítimas do preconceito.
Assassinados por uma verdade absoluta.
Assassinados por ignorância absurda. 


Que pare! Vamos dizer: Basta!
Que o preconceito se torne mais uma doença erradicada do mundo.
Criem leis. Inventem remédios.
Que não percamos mais um filho, um irmão ou um amigo
Que outros Kaiques não sofram.
Quero dormir tranquila.
A diferença tem que ser aceita.
Tolerada e respeitada.
Respeito aos seus, aos meus, aos nossos.
Respeito ao próximo!



VISITA AO ESPAÇO LUNABLU NO RIO DE JANEIRO

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Ingrid, Thaís e Cintia durante o tratamento


    Olá, crespas! Hoje vamos compartilhar com vocês a experiência que tivemos ao visitar as instalações do salão de beleza Lunablu no Rio.  Em 18 de janeiro, nós (Thaís, Cintia e eu, Ingrid) fomos até lá. Para quem não sabe: o Lunablu é uma rede de salões especializados em cabelos crespos e oferece opções de tratamento sem a utilização de química e com química também. A rede é original de São Paulo e o espaço localizado na Rua Dagmar da Fonseca, 89 – Madureira é a sua primeira filial em terras cariocas.
      Cada uma de nós tem um tipo de cabelo, cada uma de nós possui uma textura e foi pensando nisso que as três Meninas representadas lá tinham texturas diferentes umas das outras. Realizamos o tratamento Lunarepair – Reestruturação máxima. Segundo as profissionais do salão, o tratamento é indicado para cabelos que estão extremamente ressecados e danificados. Ele contém fórmula profissional intensiva: Proteína do Trigo, do Colágeno e da Seda, Manteiga de Manga, Queratina Vegetal e Luna Matrix, ativos que promovem a reestruturação completa dos cabelos. Repõe a massa perdida por processos químicos inadequados, deixando-os hidratados, macios e brilhantes. Foram utilizados os seguintes produtos: shampoo de limpeza profunda, condicionador reestruturador e creme de pentear suave (manteiga de oliva e canola). 


Cintia, após a finalização

      Sabendo que a maioria que nos lê está em processo de transição ou usa o cabelo natural, é importante lembrar que todas nós que visitamos o salão usamos nossos crespos naturais. Convidamos a Cintia, que identifica o cabelo como do tipo 4, para deixar suas observações sobre a experiência: "Lidar com ressecamento é uma tarefa árdua e diária para nós que adotamos o crespo e o resultado disso são visitas constantes a farmácia e lojas especializadas e um monte de produtos que muitas vezes não produzem o efeito desejado. Seria bacana poder contar com a ajuda de uma hidratação profissional de vez em quando e o ideal seria que encontrássemos em qualquer salão, opções de tratamento para nossos amados cabelos, mas a realidade é bem diferente. Não é qualquer salão e/ou qualquer cabeleireira que saiba ou que queira tratar nossos cabelos. O Lunablu se coloca como uma alternativa para cuidados com os cabelo crespo e achei importante conferir. Quanto ao tratamento oferecido,  meu cabelo, que é tipo 4C, aceitou bem.  A finalização é feita com secador, mas para mim que curto mais o meu crespo sem cachos, após a secagem pude finalizar com garfo.  Achei que depois o tratamento meu cabelo ficou mais macio, a aparência de ressecamento sumiu completamente e mesmo dois dias depois, após lavar os cabelos com meus produtos, senti o cabelo mais maleável e macio. Acredito que esse tratamento que experimentamos e outros oferecidos pelo salão, os que dispensam químicas, sejam de fato uma alternativa em hidratação para os crespos que infelizmente não vemos em qualquer salão."








* As integrantes experimentaram o tratamento Lunarepair através de convite oferecido pela representante da filial do salão Lunablu no Rio de Janeiro.

ACHEI VOCÊ, CLEMENTINA!

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Foto: Pedro Murad

       Era um dia normal moderando a página. Fotos de lá, links de cá e, de repente, surge a dica: musical "Clementina, Cadê Você?", de volta ao Rio em curtíssima temporada popular, no Teatro João Caetano. Vibrei, mesmo sem saber o que acontecia por lá, e tratei de avisar pras Meninas todas. Lógico! Como não achar sensacional a ideia de ver uma mulher preta como eu, tão relevante na história do samba, tão pouco comentada e honrada na atualidade, ocupando o palco? Me digam? Fiquei ainda mais entusiasmada por querer conhecer mais dela e, quem sabe, absorver qualquer pontinha de inspiração.
  Facebook já havia avisado: "O espetáculo musical "Clementina, Cadê Você?"é uma justa e bela homenagem à saudosa Quelé, um dos mais importantes nomes da música popular brasileira." Acreditei e fui lá conferir. No último domingo (09/02), com meu cúmplice de odisseias culturais. Começou e de cara os seis atores em cena (Ana Carbatti, Bruno Barreto, Bruno Quixotte, Sergio Kauffmann, Vidal Assis e Wendell Bendelack)"musicaram" tudo. Não consegui parar de sorrir desde então. A qualidade musical é um ponto forte, se estende por toda a apresentação e vem em forma de interpretação de canções belíssimas (aproveito para parabenizar os atores, extremamente talentosos, que cantam e tocam tão bem quanto atuam) e eles vão das declarações sobre a infância, personalidade, fé, Mangueira, samba, amor, até a descoberta como cantora e a participação no Rosa de Ouro.
    Convidei o namorado Leandro Joaquim, super amante do samba, para dar a opinião masculina e inspirar outros meninos. Ele conta: "Era mais um domingão qualquer de 40 graus, clima cordialmente escaldante, e eu procurava opções de divertimento para desfrutar com a minha nobre moça. Fiquei inclinado a conferir algum filme indicado ao Oscar, porém o convite da minha digníssima para assistir Dona Clementina atiçou a curiosidade cultural. Pois bem, aceitei prontamente e fui. Espetacular do começo ao fim de uma hora e trinta minutos de espetáculo! A história da fenomenal Clementina é contada com riqueza de através da maravilhosa interpretação de Ana Carbatti e dos cinco ''músico-atores''. "Clementina, Cadê Você?"é uma obra-prima teatral e tornou o nosso domingo ainda mais lindo. Obrigado, rainha do partido alto!".

Foto: Pedro Murad
   
     Quando me perguntam o que mais admirei, digo que foi a transmissão pura, carregada de simplicidade e ao mesmo tempo luxuosa (já que a beleza da iluminação, figurino e Adriana não consegue passar despercebida), da intrepidez e sensibilidade que ela trazia. Era uma nêga de opinião, mas doce, doce... Tanto doce que transbordava em música. Música incrível. É por isso que ainda estou anestesiada pelo que vi e ouvi no domingo... Só posso tentar expressar num singelo “muito obrigada” minha gratidão aos envolvidos com esta obra genial e útil, de resgate e reconhecimento. Foi um espelho pra mim. Pra vocês que estão pelo Rio, fica o convite! Não percam a chance de ver de pertinho. Vai até o dia 23/02, aos fins de semana (Sexta e Sábado às 20h, Domingo às 19h30) no Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/n, Centro - Rio de Janeiro. Telefones: (21) 23329166, 23329258 e para a bilheteria: 23329257).

Foto: Pedro Murad
       De Valença para Osvaldo Cruz e o surgimento da Portela, depois pra Mangueira e muito amor à Verde-e-Rosa. Sempre do samba. Defensora e guardiã da ancestralidade, traduziu no canto o "ser África" e como guarda-la viva no coração e nas tradições. Descoberta aos 63? É só um detalhe. Minha vó diz que "quem é bom já nasce pronto" e foi assim. Humildade, ternura e garra. Clementina, Tina, Quelé, Rainha Ginga, Mãe ou o que couber dizer, inspiração é o que não falta pra gente, mulher preta jovem, copiar pra vida. Ainda bem que deu tempo de encontra-la! Salve especial e cheio de carinho para todas as matriarcas que nos deixam exemplos bons pra seguir.
      Encerro com as palavras de denúncia que Quelé registrou no samba "Assim não, Zambi". Que inspire vocês como inspirou a mim.
"... Eu não quero essa vida não, Zambi
Ninguém quer essa vida assim não, Zambi
Eu não quero as crianças roubando
A véinha esmolando uma xepa na feira
Eu não quero esse medo estampado
Na cara duns nêgo sem eira nem beira
Abre as cadeias pros inocentes
Dá liberdade pros homens de opinião
Quando um nêgo tá morto de fome
Um outro não tem o que comer
Quando um nêgo tá num pau-de-arara
Tem nêgo penando num outro sofrer..."

SEU CONDICIONADOR É EFICAZ?

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Fonte desconhecida

       Sempre encontramos leitoras que buscam produtos perfeitos, sabem? Aqueles mágicos, que garantam máxima hidratação, definição e outros desejos muito comuns entre as crespas naturais por aí. Bem, aqui no Meninas Black Power sempre vamos questionar o desejo intenso por esta perfeição de cachinhos e acreditamos que é muito bom pensar nisso, mas é um tema pra outra conversa. Hoje vamos falar sobre a eficácia dos produtos que escolhemos experimentar, especificamente do condicionador.
       Bem, há uma infinidade de hábitos capilares que as crespas andam colocando em prática. Umas optaram por métodos como no ou lowpooe entraram num regime que restringe o uso de produtos por conta da composição, outras só estão mais atentas aos rótulos, mas todo mundo quer mesmo é investir no que proporciona saúde e beleza aos fios, cumprindo o que a embalagem promete. Sobre o condicionador, também conhecemos várias formas de aplicação: após a lavagem com shampoo, após o tratamento (hidratação, nutrição, etc.), fazendo o papel de shampoo para as praticantes de co-washou como finalizador mesmo. E o que determina que o condicionador que estamos usando realmente serviu? Pensando nisso nos inspiramos num post do BGLH que aponta quatro resultados básicos, que autora chama de must-haves (algo como "tem que ter", "é indispensável"), no desempenho de um condicionador. Ela ainda acrescenta: "Gostaria de dizer que se seu condicionador falha em qualquer uma dessas quatro áreas, é realmente possível que haja algo melhor lá fora para você." Prontas para os testes?

1.    Sensação de suavidade instantânea
           Um ótimo condicionador funcionará instantaneamente (e eu digo em menos de um segundo) para corrigir a cutícula levemente elevada que o uso de shampoo pode criar. Isso significa que os fios vão de imediato se mostrar suaves ao toque. Se nossos cabelos não parecem mais suaves imediatamente após a aplicação do condicionador, ele não é útil para o uso após a lavagem.

2.     Maciez em longa duração
         Condicionadores são feitos para deixar reservas de nutrientes nos fios e elas são elas que promovem a tal sensação de maciez quando tocamos. Um ótimo condicionador vai resistir ao enxague completo e, portanto, a sensação de maciez durará vários dias (cerca de três dias), se não lavarmos de novo antes do fim deste período.

3.     Elasticidade para os fios
           Condicionadores agem na restauração, devolvendo a umidade aos cabelos. Isto se deve, em parte, a entrada da água e adição de pequenos ingredientes (proteínas hidrolisadas, por exemplo) que também podem carregar água. Eles devem reparar a superfície da cutícula para retardar a perda de umidade com o passar dos dias. Um dos resultados que define este processo é que o cabelo depois de condicionado ganhe excelente elasticidade. Para cachos que tendem a ficar juntinhos (como é o caso do tipo 4) isto pode ser indesejável, por causa do fator encolhimento, mas cachos mais soltos terão a capacidade de esticar sem quebrar ou necessitar de força excessiva, tornando o cabelo mais fácil de pentear.

4.    Cabelos menos embaraçados
          Se escolhermos desembaraçar o cabelo no momento em que aplicamos o condicionador, a tarefa deve ser muito fácil. A combinação dos três efeitos anteriores (suavidade, maciez e alta elasticidade) tornará o ato de pentear indolor e de nada cansativo. É bom lembrar que se o condicionador for rico em ingredientes que facilitam o deslizamento (tipo óleos e silicones devemos ficar atentas ao excesso de pentear o cabelo, já que os fios vão exigir menos esforço para desembaraçar enquanto envolvidos no condicionador  e isso pode ser prejudicial.

       E aí? Descobriram se o condicionador que estão usando é bom mesmo? Compartilhem com a gente!


MEU CABELO É 4C. E AGORA?

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por Tainá Almeida


      Eu sempre quis cabelo black power. Queria o maior, mais lindo, mais tudo. Pesquisei, lógico. Percebi que meu cabelo deveria ser super parecido com as maiores divas do meu coração: Esperanza Spalding e Erykah Badu. Pensei: Moleza, piece of cake, molengo tengo, tenho minhas divas master como espelhos. Comecei a trajetória crespa, percebi que a teoria é uma coisa, a prática, outra. 
      Nesta sociedade não existe pessoa que esteja preparada para assumir um 4C. Quando pensamos em cabelo crespo, pensamos em mulheres com cachos perfeitos com o diâmetro de um dedo indicador. Não tenho isso. Quando pensamos em cabelo crespo, pensamos em horas a menos na preparação. Não tenho isso. Quando pensamos em cabelo crespo, não pensamos em 4C, mas isso eu tenho. Quando me vi com o grande corte [depois de retirar toda a parte com química e ficar só com o natural] e percebi que meu cabelo não estava nas capas de revista, deu medo, mas eu fiquei firme. Pensei na Esperanza, na Erykah, pensei em toda a liberdade que eu poderia terSó de pensar que eu não precisaria pensar em alisar minha raiz a cada 20 dias, só de pensar que eu não precisaria ficar sufocada com o cheiro do formol, apareceu uma força ancestral que me ajudou a manter meu crespo aqui, rico e finalmente empoderado. Hoje, com um 4C, valorizo meus micro cachos, entendo meu fator encolhimento e acima de tudo, respeito… pois só quem tem um 4C sabe o que é se submeter à vontade do próprio cabelo.
      E agora? Agora é conhecer o cabelo, descobrir que ele gosta de creminhos, óleos, carinhos. Eu descobri que a melhor coisa para o meu crespo é não usar pentes e sim os dedos para desembaraçar. A cada dia é uma descoberta. Como ninguém fala disso, como não temos 4C na mídia, a gente descobre tudo aos poucos. Mas estou longe de desistir!

MBP TESTOU - YENZAH SOU + CACHOS

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza
Fonte desconhecida

          Hoje a dica é das boas, Meninas! A linha Sou + Cachos foi um super achado e pode ser uma boa aposta para crespos. É criação da Yenzahe pude experimentar três dos seis produtos que a linha apresenta: shampoo ativador (200ml), condicionador ativador (200ml) e creme leave-in ativador suave (240ml). Os outros produtos são creme leave-in ativador forte, gel leave-in ativador e máscara ativadora hidratante. Sobre as texturas, o shampoo é bastante concentrado, não muito aquoso e alcançou bom resultado com apenas uma aplicação; o condicionador apresenta consistência média e é fácil de distribuir; o leave-in, mesmo sendo descrito como suave, possui consistência mais firme que a da maioria dos produtos semelhantes que já experimentei (por isso ajudou bastante na definição da forma) e lembra mousse. 

Foto: Instagram @elidaquino

Vamos às descrições?
- Shampoo ativador: 
    A embalagem descreve "0 sal", observando que não há "adição de sal (cloreto de sódio)", e também lipoprotein (que "retira a oleosidade natural do cabelo da raiz e a distribui pelo comprimento dos fios até as pontas" e é "um composto exclusivamente criado pelo centro de pesquisa e desenvolvimento Yenzah, que reúne liponutrientes e proteínas") e óleo de algodão. Promete ação imediata. Vejam a composição e outras informações abaixo:



- Condicionador ativador: 
       Assim como o shampoo, descreve "0 sal", lipoprotein, óleo de algodão e promete ação imediata. Vejam a composição e outras informações abaixo:


- Creme leave-in ativador - Suave: 
    É sem enxágue e para pentear, também com lipoprotein e óleo de algodãoVejam a composição e outras informações abaixo:


     "Ok. Mas fala do mais importante, Élida! Como ficou a cabeleira?" Calma, calma... Estamos chegando lá. É importante começar dizendo que meu crespo é 4A/4B. Na foto que segue vocês verão o cabelo antes de lavar. Era o meu quinto day after. O processo: antes de lavar umectei com azeite, desembaracei, dividi em 6 partes e parti pra lavagem. Costumo lavar somente a raiz (como aqui neste exemplo) e usar á água com shampoo no comprimento. Após o enxágue apliquei uma nutrição de abóbora utilizando a máscara Seda Keraforce para naturais (veja aqui), condicionei após o enxágue e finalizei utilizando o creme leave-in em quantidade considerável. Apliquei como numa fitagem, mecha por mecha e passando os dedos. Secou naturalmente e depois de seco utilizei óleo de coco caseiro. 
       Não me importo muito com frizz ou definição, mas considero que os produtos obtiveram sucesso nestes quesitos. O que mais curti foi a sensação de maciez e a duração desta sensação. Consegui os meus cinco days after de costume, mantendo o cabelo de um jeito que gosto e com maciez semelhante a dos primeiros dias. Confiram o resultado inicial na foto abaixo.


      Na minha avaliação final, atribuindo valores de 1 a 5 para cada um dos quesitos abaixo, os produtos usados tiveram média 4,75! Não apostei muito no brilho por ter usado o óleo no fim, mas ainda assim vale a pena investir neles. Em compensação, daria 10 para o cheiro. Meninas que gostam de perfumes incríveis que duram bastante, podem investir sem medo. 


      E vocês? Já testaram estes ou outros produtos da linha? O que acharam e como aplicaram?! Compartilhem aqui! Será um prazer aprender com vocês.

"BLACK HAIR NOW!" NA NOVA EDIÇÃO DA ESSENCE

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza

        Inspiração tripla e que a cara de Meninas Black Power na capa da edição de beleza da revista ESSENCE (que é norte-americana, direcionada para leitores negros e todo mês lança uma nova inspiração incrível!) disponível no próximo mês. Erykah BaduLedisi e Solange, muito conhecidas por nós, são as divas da vez.  A revista diz que a edição é uma "comemoração da beleza individual, e isso é exatamente o que vem à mente com as três mulheres da capa". Vamos dar uma olhada nas capas e algumas fotos e torcer pra que cheguem logo as outras, né?!




"Beleza se parece com encorajamento, paciência, aceitação, perdão, cuidado e compaixão. A beleza é espiritual e física. " - Erykah Badu

“Eu acho que sou a coisa mais sexy do mundo quando estou no palco. Eu me sinto assim mesmo quando não estou cantando, porque isso vem de dentro. Comecei a me sentir bonita porque eu vim da beleza.” - Ledisi
      Como amamos estas moças, separamos três sons bem MBP para embalar o balanço de nossos crespos por aí. Apertem o play e aproveitem!

 

 


Fotos: Greg Lotus
Fonte: ESSENCE Magazine

SOBRE LIBERDADE

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por Jaciana Melquiades

       Depois que deixei meus cabelos livres de químicas que modificavam a estrutura dos meus fios, me peguei pensando/conversando/refletindo sobre liberdade. Liberdade dos fios de cabelos, sobre o "poder fazer o que quiser com os cabelos", sobre autoconhecimento.
       Entendam que aqui vai a minha percepção, pensada a partir de minha trajetória e experiência pessoal com meus cabelos. Eu usei relaxantes por muito tempo. Mas usei relaxantes com o único pensamento de possuir uma estrutura capilar que eu elegi (com a ajuda da mídia, do racismo, das piadas pejorativas, da autoproteção) como ideal. Passei anos nessa busca. Nunca estava suficientemente boa a forma dos meus "cachos". A raiz precisava de retoques, o fio de mais cachos, os cremes e hidratações tinham que ser milagrosos... E caríssimos. E nunca estava suficientemente bom! Sei que já disse isso, mas era sempre assim: frustrações recorrentes, seguidas e mais certas que o dia. Quando eu olhava fotos anteriores ao momento em que estava vivendo, via beleza... mas no espelho, não.


       Achava ótimo ter um cabelo com etiqueta. No fim das contas, era uma competição: comigo, com amigas, com uma comunidade virtual na qual todas as participantes esbanjavam conhecimentos químico-capilares, dinheiro e cachos (esses eram os mais sonhados e idolatrados!). Eu não me conhecia e mensalmente fazia o mesmo ciclo, a mesma maratona. Sofria a CADA fio perdido: eram menos cachos, dinheiro no lixo, estresse que tomava o dia! Um único pormenor não era levado em consideração: EU NÃO TENHO CACHOS! Nunca tive e nenhuma química seria capaz de me dar isso satisfatoriamente. Percebam: ter cachos definitivamente não é um problema... É lindo! Porém, não é o meu caso. E a busca pelos cachos perfeitos só maltratou meus cabelos e minha autoestima.
       Larguei os relaxamentos. Não foi simples. Pasmem: meu cabelo simplesmente não cai mais! Só faz crescer, pra cima, forte, meu! Ele não brilha, não mostra o crescimento (é preciso que eu pegue uma mecha e estique para ver toda a extensão dos meus fios), não faz cachos, não balança, não, não, não, não, não. Parei com os "nãos" também. Fui aprender o que ele faz e como é que se faz qualquer coisa nele. Larguei também os espelhos distorcidos que eu tinha e que só me faziam ver erro em meus fios! Estou aprendendo muito.Descobri que posso ter os cabelos que eu quiser, mas sobretudo, percebi que meus cabelos são meus e são únicos.


       Penso hoje nos recursos que uma mulher negra de cabelos crespos possui para diversificar seus penteados, usar os cabelos lisos, cacheados, crespos. Escovas, relaxantes naturais, técnicas infinitas de texturização dos fios, tranças. Não vejo nada disso com maus olhos, até uso muitos desses recursos pra modificar meu visual, mas mesmo sem alterar a estrutura dos meus fios, acho importante que esses recursos sejam usados com tranquilidade e que nunca funcionem como meios de "camuflar", "disfarçar" ou esconder a estrutura dos próprios fios. É preciso que entendamos nossos cabelos, a forma ideal de penteá-los para que não se partam e para que a tarefa seja prazerosa. Que o toque em nossos cabelos não nos cause repulsa ou estranhamento, e que o cafuné nos deixe confortável.
        Hoje meus cabelos só podem crescer, pois nada do que uso faz cabelos caírem ou minguarem. Hoje não tenho nenhum receio de tocar meus cabelos na rua, no reflexo do carro... Aliás, não ando mais me olhando em cada carro que passa por mim, pois sei que meus fios estão exatamente onde estavam pela manhã quando me arrumei! Hoje penso que sou livre pra deixar meus cabelos serem plenos e me darem toda a variedade que eles comportam. Aprendi que meus cabelos podem ser minha digital. Troquei a etiqueta pela identidade.

P.S. Todo amor aos meus espelhos.

RECEITA DE LEAVE IN ORGÂNICO DE BABOSA

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza
       Encontrar o leave in perfeito pode ser um desafio para quem tem cabelo crespo natural. Existem tantas linhas de produtos que prometem hidratação e brilho... Antes de investir no próximo produto superpopular, que tal tentar fazer e testar o seu próprio leave in? Você acabou de encontrar uma incrível receita de leave in orgânico e a melhor parte: você só precisa de três ingredientes! Quem pensou que poderia ser tão simples?
         Com aproximadamente 4,5 de pH, a acidez da babosa é uma grande aliada, pois fecha as cutículas do cabelo. A consequência é um cabelo mais macio, menos frizz, além de definição e brilho. A babosa pura é bastante leve e não deixa o cabelo oleoso ou pesado. Também não o deixa com a aparência de estático, sem movimento. Vejam a receita e mais informações:

- Receita
100 ml de água
100 ml de babosa (apenas a porção gelatinosa batida em liquidificador)
10 gotas do óleo essencial de sua preferência.

- Instruções 
         Misture levemente a água e o gel de babosa. Despeje o conteúdo em um borrifador e agite . Adicione o óleo essencial escolhido e agite. Use diariamente ou quantas vezes for necessário para restaurar a suavidade dos fios.

- Benefícios
       Esta mistura dá hidratação aos cabelos, facilita o desembaraçar, define, reduz coceiras e descamação do couro cabeludo, equilibra o pH e é uma boa aposta para redução de oleosidade em cabelos oleosos. E vocês, Meninas? Costumam usar babosa nos cabelos? O que acham? Compartilhem com a gente!

Fonte: Songstress A

CLÁUDIA SILVA FERREIRA - CACAU

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por Grupo de Trabalho Histórico-político

       Mulher negra, chefe de família, mãe de 4 filhos e acolhia outros 4 sobrinhos, levava seu cotidiano lutando pelo bem estar dos seus. Em 16 de março de 2014 tombou com dois tiros em consequência das intervenções das ações da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que, como e sabido, tem como alvo preferencial a população negra.
      Como se não bastasse tudo acima, ela inda foi levada como "coisa" na caçamba do camburão que se abriu durante o trajeto sendo o seu corpo arrastado pelas ruas da cidade. Esta cena foi vista nacionalmente em retrato ao descaso cotidiano com a população negra que majoritariamente é favelada. Esse relato retrata o racismo, onde o extermínio da população negra no Brasil, segue a todo vapor, em se tratando de moradores de favelas, onde predomina a lógica do “atire primeiro e pergunte depois”. Dessa forma a mulher negra trabalhadora, chefe de família, Claudia Silva Ferreira, teve sua vida ceifada pela policia militar do Rio de Janeiro. A política do Governo do Estado é impor a truculência a qualquer custo sobre o nosso povo. Predomina neste país o extermínio do povo preto, visto como suspeito em potencial. O aparato policial militar a cada dia torna-se mais implacável nas suas ações contra o nosso povo, e assim seguimos sendo alvo preferencial desta prática. 
       O ato bárbaro dos policiais militares que tirou a vida de Cláudia, e que a todos nós chocou profundamente, há muito tempo já se tornou rotina. Exemplos temos e muitos, aqui no Estado do Rio de Janeiro bem como em toda parte desse pais, a exemplo do pedreiro Amarildo, Douglas e tantos outras vitimas dessa política. Tudo isso deve nos servir de alerta. Sobre a nossa juventude preta não é diferente, vide as estatísticas oficias, que apontam uma realidade cruel que se abate sobre eles, onde a expectativa de vida, não ultrapassa a idade dos 24 anos. Não podemos e não devemos nos calar, diante de mais esse crime, cometido pelos chamados Agentes do Estado. É de total responsabilidade do governo Cabral, mais essa tragédia, que se abateu sobre mais uma família de trabalhadores moradores negros de favela do Rio de Janeiro. A nossa tarefa é lutar contra esse quadro de covardias dos governos Estadual, Federal e Municipal, que vem submetendo milhões de pretas, pretos e pobres nesse país afora, a uma onda de terror, que criminaliza e marginaliza a todos nós pela cor da pele.
       CONTRA O EXTERMÍNIO DO POVO PRETO, CONTRA A OCUPAÇÃO MILITAR DAS FAVELAS DO RJ. SÓ A NOSSA LUTA PODE GARANTIR A VIDA.
Escrita pelo Movimento Negro
Assinam:
Aqualtune
Arte Griot
Afrolaje
Marking - Movimento de Ação e Reflexão
Criola
Nefet
MNU-Juventude RJ
Espaço cultura Almirante João Cândido
Fórum Juventudes RJ
Fórum Estadual de Mulheres Negras
AMAR (Associação de Mulheres de Ação e Reação)
Coletivo Meninas Black Power
Preta&Gorda
Educafro
Coletivo Munervino de Oliveira
Movimento Negro da FND
Instituto Búzios
Movimento Nacional Quilombolas Raça e Classe
Mulheres Negras Construindo Visibilidade
Pastoral Regional Metodista de Combate ao Racismo
Comissão de Igualdade Racial OAB-RJ
Coletivo de Estudo Jurídicos Luiz Gama
Granes Quilombo
Conadedine
Grupo de Trabalho Psicologia e Relações do conselho Regional da Bahia.
       Aproveitamos para convidar a todos, especialmente Meninas Black Power, para participarem do ato "A Paixão de Cláudia". Será uma homenagem póstuma à mulher negra assassinada pela PM do Rio de Janeiro. O ato acontecerá dia 18 de abril, com concentração em frente à Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h. Está sendo articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, associações, empresas, órgãos da imprensa formal e informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral. Participem! Maiores informações: https://www.facebook.com/PaixaodeClaudia.



SIM, SOMOS TODAS CLAUDIA!

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por Nanci Saran
Foto: Vanderlei Yui
       O dia era 18 de Abril, Sexta-feira da Paixão, data em que os cristãos lembram o julgamento, a crucificação e a morte de Jesus Cristo. No centro da cidade de São Paulo esta data foi escolhida para realização do ato cultural "A Paixão de Cláudia" e nós do Meninas Black Power SP estivemos presentes em apoio aos organizadores (Cubo Preto, Manifesto Crespo, Roda da Mãe Preta), os familiares e o viúvo de Cláudia, Alexandre Fernandes Silva, que estava presente.
         O ato foi idealizado para homenagear Claudia da Silva Ferreira, mulher NEGRA de 38 anos, trabalhadora e mãe brasileira, MORTA no dia 16 de março de 2014, alvo de uma bala perdida disparada por agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ao ser socorrida pela PM, ainda com vida, teve seu corpo jogado no porta malas da viatura policial, de onde caiu, ficou preso e seguiu sendo arrastado por cerca de 300 metros.

Foto: Denise Nunes
        Marcado pelo som dos tambores e outros instrumentos, o ato seguiu com um sentimento fúnebre, todos verdadeiramente sentiam a morte da Cacau. As pessoas presentes, algumas vestidas de branco, outras de preto, carregavam rosas vermelhas, que segundo os organizadores, foram escolhidas por conter "uma beleza que a própria natureza armou com espinhos para protege-la de seus opressores".
        Posteriormente, as rosas foram deixadas na estátua da Mãe Preta no Paiçandú e teve início as performances culturais que tomaram o Boulevard São João, de forma pacífica e assertiva, dando continuidade ao protesto com arte. Apesar da tristeza pelo fato ocorrido com a Claudia, foi emocionante ver o povo negro unido e reivindicando justiça, não podemos e não vamos nos calar diante das atrocidades.

Foto: Bê Cruz
        Claudia, o Amarildo, o Alailton e tantos outros se foram, mas enquanto houver "vida negra", lutaremos contra as injustiças desta sociedade arcaica. Unidas! Abaixo vídeo de Aimê Uehara e cenas do ato.

                 

HASHTAG: NÃO FALEM POR NÓS!

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por Grupo de Trabalho Histórico-político

Fonte:  Google

       Nas hashtags mais frequentes nos "tuíteres" e Facebooks da classe média nos últimos meses, vemos: 
#CadêoAmarildo, #SomostodasClaudia, #TodossomosiguaisForam casos que ganharam grandes proporções: o desaparecimento de um um homem preto, o tratamento desumano dispensado à uma mulher preta e o racismo.
       Mas saiba "classe média leite com pêra batida com pouco açúcar": embora a gente entenda que vocês até sejam capazes de criticar situações e fatos sociais através da observação e debate,  não conseguimos respeitá-los enquanto voz das dores da comunidade preta. Incapacidade nossa - confessamos! Nos sobe uma angústia em ver a bem criada da Carolina Dieckmann levantando plaquinha falando que não merece ser assassinada... Você não merece, e o primo da nossa companheira de luta também não merecia! A Regina Casé não merece ser assassinada, e o irmão da manicure aqui da nossa área também não merecia! A Claudia não merecia ser assassinada e arrastada, e nem a tia de consideração de uma de nossas irmãs de Coletivo merecia morrer de tristeza por ter tido seus 3 filhos assassinados.
          É muita hashtag que está faltando aí... É hashtag pra sua empregada que tem crise de vesícula, mas não tem atendimento, porque na emergência do Miguel Couto não tem gastroenterologista, só ortopedia e cardiologia. É hashtag pras famílias, na sua maioria pretas, que não sabem o que fazer com seus doentes psiquiátricos. É hashtag pra depressão e a esquizofrenia que ataca a mulher preta (destacamos aqui um dado: as "malucas dos bairros" geralmente estão concentradas na Baixada, no Centro ou nas Zonas Oeste e Norte do Rio de Janeiro, porque no Leblon quase nem se vê morador de rua - pra não "sujar" o visual eles são devidamente varridos pra bem longe da esquina do ex-governador...). Tem hashtag faltando aí, Preta Gil! Está faltando hashtag pras mulheres pretas e gordas que são massacradas pela mídia perversa - somos todos iguais mesmo? É hashtag pros espaços de privação de liberdade que bestializam internos; pras instituições de correção de menores infratores que só fazem alimentar o ódio e a violência; pra escola que não sabe o que fazer com alunos dependentes químicos...
         Quem está no olho do furação sabe a dor da família do Amarildo e chora pela família de Claudia, mas sabe que só na sua rua mais de dez famílias foram devastadas por essa mesma dor. Quem milita na rua conhece essa dor na sua própria casa. Por isso não fazemos sensacionalismo com isto: essa dor já nos persegue desde 1500 e tal... Por isso não venha falar por nós, Neymar!  Nos procure - somos muitas as  companheiras e muitos companheiros de militância - pra conversarmos sobre nossa negritude. Busque entender a sua caminhada como homem preto. Descubra-se um homem preto primeiro e não reforce mais esteriótipos.
          Nossos mais velhos não sabem o que é hashtag. Eles só sabem da dor da perda e da força que vem dos ancestrais pra superar e resistir. Enquanto vocês lutam pelo #trendingtopics, nós lutamos para não morrer - falamos das mortes emocionais, intelectuais, sociais e factuais. Lutamos - ainda que de luto pelas tantas mortes nas NOSSAS FAMÍLIAS, NÃO NAS SUAS! - pra não morrer.

MBP TESTOU - BASE TIMEWISE COM ACABAMENTO MATTE DA MARY KAY

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza

     Até o momento a Mary Kay atua no Brasil somente através de revendedoras. E apesar de não ser tão fácil de comprar,  a base Time Wise acabamento matteé super badalada na web. Quando saí à procura de uma base ideal para pele super oleosa, só ouvia falar da tal.  Estava muito curiosa para testar. O que mais gostei nessa base foi a opção de cores. Os tom Bronze, indicados para pele negra, possui 5 variações de cores.  O meu tom é o Bronze 4.


Foto: Google
        A embalagem é muito ruim,  em forma de bisnaga. A tampa é frágil e quebrou facilmente. E embalagem em forma de bisnaga não dá outra, só apertar um pouquinho  que sai uma quantidade enorme de produto. O  desperdício é inevitável.

        Apesar de não controlar a oleosidade como promete, gostei  de poder usar uma base no meu tom, sem precisar usar pó para adequar a cor. Uso para o dia-a-dia e para mim é ideal.
Teste da cobertura. É bem leve e parece que some, quando espalhada.
* Importante ressaltar: não é publieditorial. O produto foi adquirido por R$ 57,00 com a Clarissa (revendedora no RJ).



SÓ PRA NÃO PASSAR EM BRANCO

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por Grupo de Trabalho Histórico-político e Cultura 
Foto: Afronaz Kauberdianuz
        A "Abolição da Escravatura"não aconteceu por amor. Foi por interesse político mesmo. O modelo escravista não estava dando mais conta das necessidades do mercado, pois a então maior potência econômica - Inglaterra - ditava as regras e exigia a existência de CONSUMIDORES. Trocando em miúdos, a então iniciante Revolução Industrial que acontecia na Europa, trazia ao mundo seus produtos fabricados em larga escala e precisava de gente para comprar.
       A Monarquia Brasileira estava sendo pressionada por todos os lados: a Inglaterra queria que o Brasil tivesse um Mercado Consumidor cheio de trabalhadores assalariados (não necessariamente formado pelos homens e mulheres negros que já estavam aqui trabalhando há séculos… de preferência, sem eles!); os abolicionistas queriam o fim da escravidão, menos por bondade e mais por considerarem essa prática como sendo um atraso à modernidade; os homens escravizados nunca aceitaram essa condição sem luta, reivindicações e revoltas. O movimento para tornar-se livre gerou um medo absurdo nos até então intitulados "senhores" e o governo deixou de dar conta de tantas insurreições e fugas generalizadas. Havia ainda um fantasma que assolava as elites brasileiras: o medo de que aqui ocorresse o mesmo que em Santo domingo (uma revolta que promoveu a independência do Haiti. Vale a pena ler sobre!)
         Pressões políticas, econômicas e sociais derrubaram a monarquia brasileira; o medo de uma rebelião generalizada era constante e crescente neste período… E tudo isso contribuiu para que, numa última tentativa de salvar a monarquia, a Princesa Izabel assinasse a "Lei Áurea". Não deu certo. A monarquia Brasileira não se sustentou sem ser carregada pelas costas dos homens e mulheres escravizados.
         Quando a Lei foi assinada, no Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 90% da população negra já era livre. A lei teoricamente tornou todos os homens e mulheres pretos cidadãos. Mas o que aconteceu com essas pessoas livres (e na teoria, cidadãs)? Nada! Os políticos envolvidos na construção de um novo projeto político para o Brasil sem escravidão acreditaram (e se planejaram neste sentido!) que a importação de trabalhadores brancos associada à morte rápida e precoce dos trabalhadores até então escravizada diminuiria a população negra, embranquecendo essas terras. Foi um projeto político que criou pessoas marginalizadas, fora de quaisquer planos de Educação, Saúde ou Moradia.
        Sempre lutamos e a liberdade que temos, conquistamos. Adotamos pequenas estratégias cotidianas, solitárias ou em grupo, para proteção de nossas famílias… assim fomos nos afirmando pretos livres. Temos muitas batalhas ainda. Depois das manifestações do segundo semestre do ano passado, ficou explícito que não podemos aceitar os desmandos diários do Estado. Não podemos deixar de gritar, exigir, sair para rua com palavras de ordem na garganta e em grupo. Professores, rodoviários, garis, profissionais da cultura ou vigilantes, todos estão nas ruas clamando por seus direitos, articulando suas lutas, e desejando uma coisa somente: um mundo mais justo!Queremos tudo que nos é de direito e nos foi negado como parte de um projeto político de formação da cidadania brasileira: saúde digna, transporte que nos respeite, educação de qualidade para os nossos pequenos e pequenas e acesso aos bens culturais para todos. Exigimos o que é nosso. É o retorno do que construímos em séculos. Esse país é de todos nós, e não só de uma minoria abastada!
          Acreditamos em apropriação. Quando falamos de apropriação, falamos de saber histórico, de protagonismo da nossa própria história. Se todas essas greves acontecem no mesmo momento e por conta do cansaço de pessoas que são quase sempre invisibilizadas e o mais importante ainda, quando elas culminam num dia que tem uma forte referência histórica, uma mensagem muito importante está sendo passada, nos olhem, nos percebam, estamos aqui e cansamos de negociar, de sermos explorados e de ter nossas reivindicações mediadas. Se observarmos ao nosso redor, poderemos ver a todo tempo os reflexos que esse projeto político de cidadania brasileira nos deixou. Que liberdade é essa que nos deixou e nos deixa ocupar apenas os subempregos? Que liberdade é essa que não nos deu e não nos dá oportunidades?Que liberdade é essa que continua matando os jovens negros diariamente? Que liberdade é essa que a todo tempo demoniza as religiões afro-brasileiras? Que liberdade é essa que estipula um padrão de beleza totalmente eurocêntrico, e  que fere a autoestima da maioria dos pretos e pretas?
       Esses exemplos são justificados apenas pela desigualdade social, quando sabemos bem seu nome e sua cor. Que não tenhamos medo de pronunciar seu nome e reconhecer seu rosto: é RACISMO. Mal sabemos quem somos e de onde viemos, um povo esquecido às margens, arquivos históricos queimados, histórias apagadas. Não temos nada a comemorar. Temos muita luta ainda.



Para saber mais: 
1 - O plano e o pânico: Os Movimentos Sociais na Década da Aboliçãode Maria Helena Toledo Machado.
2 - O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, de  Lilia Moritz Schwarcz.
3 - Visões da liberdade - Uma história das últimas décadas de escravidão na Corte, de Sidney Chaloub.

* Texto produzido sob a supervisão da historiadora Jaciana Melquiades

EU SOU PORQUE NÓS SOMOS

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por Karina Vieira
Imagem: Tatyane Mendes
     
       Bem, meu nome é Karina Vieira. Sou integrante do Coletivo Meninas Black Power há um ano, mais ou menos, e esse é o meu primeiro texto para o blog. Não sei quantas vezes iniciei estes escritos e já deletei. Trabalho em uma livraria, adoro o que eu faço e sou leitora compulsiva. Confesso que o que me fez travar durante todo esse tempo era o medo de me expor e a importância exacerbada à opinião alheia. Mas cá estou eu. Mas pra falar de pessoas que muito admiro.
        Esta na verdade é uma singela homenagemàquelas que de algum modo (de forma muito especial) me inspiram a ser e seguir sendo todos os dias uma mulher mais afrocentrada.

Élida – Mulher de vanguarda. As músicas, as dancinhas, sempre divertidas. Quando te leio, posso escutar a tua voz, louco não?! (Gratidão pelo convite para participar do coletivo e ter a oportunidade de conhecer todas essas mulheres incríveis).

Tainá – Obrigada pela seriedade e responsa nas reuniões e muito obrigada pelas risadas no grupo do WhatsApp.

Fabíola 
 Como agradecer a você por todos os ensinamentos e pelo discurso sempre tão reto que me faz cada dia mais me reconhecer como mulher preta?

Jaci – Converso tão pouco contigo, mas te acompanho, gata. Se um dia eu tiver filhos, que eu seja metade da mulher e mãe que você é.

Jana – Cara, Jana é um achado, né, não?! A mulher que consegue me fazer rir e ficar séria em segundos na mesma conversa. Quer aprender como empreender, aprende com ela.

Jess – Quem disse que só posso aprender com os mais velhos? A menor de Gramacho é só sabedoria das ruas. E cá entre nós: quanta beleza!

Ingrid – Menina/mulher de sorriso fácil e coração gigante. Não esqueço da minha primeira reunião presencial... Ela que me tirou lágrimas com um discurso de união emocionante.

Ju Barauna – Tentei te citar sem o sobrenome mas parece que falta sabe? Te admiro, mulher! Postura altiva de mulher preta que sabe à que veio.

Cintia – Me reconheço tanto em ti. Somos mais caladas, né? Não sei se por timidez ou receio de julgamento... Mas quando se coloca a falar, senta que lá vem sabedoria.

Mari – Que mulher forte! A minha ligação com a Mari é de outras vidas. Só pode ser.

Nat – Quanta astúcia, hein?! É aquela que chama pra razão quando os ânimos estão meio exaltados. Razão e emoção, tudo no mesmo ser.

Lígia- Rsrsrsrsrs. Me divirto muito com as tuas tiradas espontâneas. Ousadia define.

Thaís-  Bela, singela. Tatá pra mim é quem tá pra agregar, quem põe liga e faz tudo andar. Irmã.


Renata- Preta, fortaleza e sensibilidade. Sorriso que não cabe, tanto que ela distribui.

Simoni-  Que voz! Que coração! Quero descobrir mais de você, mulher!

Luana – Sinto na Lu uma liberdade, uma vontade de viver que contagia. Quero te conhecer!

Twylla – Saca que te sigo desde o 4P no Orkut? Você sempre foi aquela que diz tudo aquilo que eu queria ter dito.

Arielly – Olhar pra Ari é perceber o futuro. Saber que estamos no caminho certo. Que menina/mulher que desabrocha a olhos vistos.

Ciça, Mari, Laís, Ana Paula, Nanci, Flavi, Bê - Temos que fortalecer esses laços, quero muito conhecê-las.

       A todas vocês, que enchem a minha caminhada de sabedoria, afrodengos e carinhos, que fortalecem a minha narrativa com histórias e vivências, meu muito obrigada. O que nos une começa no fio de cabelo, mas vai muito mais além. Amor. Por todas. Por cada uma.

E vocês? Querem conhecer as Meninas que fazer o Coletivo acontecer? Passem aqui no álbum e inspirem-se.

Shonda Rhimes, Ivonete Cândida de Paula e a militância

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Por Aída Barros
Imagem: Google
     
      Aproveito-me indevidamente da genialidade de Shonda Rhimes para falar desse evento lamentável, vergonhoso que aconteceu na última quarta-feira (14/05) com Ivonete Cândida de Paula. Mulher, negra e há 26 anos funcionária da Padaria Ipanema, Visconde de Pirajá, Rio de Janeiro, nossa "caoticidade". Ivonete saiu de seu local de trabalho algemada por se recusar a pedir desculpas a uma cliente sob ordem de um policial, também negro, só para constar. 
   Shonda é uma das mais incandescentes roteiristas do cenário americano contemporâneo, portanto, mundial. Das mãos dessa criadora NEGRA e GORDA, ou seja, uma pessoa absolutamente fora dos padrões que os boçais consideram possível à produção de ouro, saíram Scandal e Grey's Anatomy. Duas das produções mais vistas no frenético universo do entretenimento internacional. Detalhe: as séries estiveram no ar ao mesmo tempo! Um feito! 
       Pois bem, Shonda é dos autores atuais a que mais tem atores negros trabalhando em produções televisivas. Não, isso não é por acaso! Apesar de a justificativa de Rhimes para essa constatação ser muito simples - Eu não entendo como as pessoas não entendem que o mundo na televisão deve se parecer com o mundo fora dela – o fato é o seguinte: Shonda é MILITANTE no seu fazer do dia a dia. 
         Shonda faz questão de escalar atrizes negras como protagonistas de suas 
criações. E não sente orgulho por isso! Ela simplesmente faz! Kerry Washington esteve brilhante em Scandal e Viola Davis estreia como forte promessa em How To Get Away With a Murder, mais um lançamento promissor da negona. Isso é atitude, inteligência usada em favor do combate ao preconceito contra o negro, a mulher, o homossexual e aos estereótipos! E mais, em Scandal, o Chefe de Gabinete do Presidente da República dos Estados Unidos é assumidamente gay! 
Não sou nenhuma entendedora de séries americanas, mas acho Shonda simplesmente extraordinária! Shonda não levanta cartazes, não sei dela aderindo à campanhas, mas no seu fazer, com o seu talento, ela injeta a mulher e o homem negro dentro da casa de milhões de pessoas em desenhos poucas vezes imaginados: É a Olívia Pope, linda, preparada, corajosa, habilidosa, um crânio quando o assunto é inteligência estratégica; uma mulher formidável para quem o Presidente dos Estados Unidos, literalmente, se ajoelha. Isso É militância! 
         Eu vivo batendo na tecla de que cada um pode lutar no seu fazer do dia a dia. A cabeleireira eleva a estima da negra que chega ao salão com o dinheiro contado e o cabelo carcomido pela soda cáustica do relaxante impiedoso; a educadora consciente que apresenta conhecimento ao neguinho que acha que a única coisa boa faz na vida é a dança do passinho! A atriz que não conforma ou se satisfaz só porque está fazendo - pela terceira vez - o papel de amiga da atriz branca do segundo escalão. O sambista não só se respeita como entende seu papel na continuação do legado do samba e não anda por aí sorrindo com as canjicas a mostra, se vendendo por pouco: tal qual pai João! Isso é militância!
       E eu? O que eu faço? Eu milito escrevendo! Me posicionando violentamente na palavra contra acontecimentos como esse, que levou a funcionária que trabalhou por VINTE E SEIS ANOS na Padaria Ipanema e que foi levada ALGEMADA por falar de igual para igual com uma burguesa inconformada com a máxima: Nós não vamos nos calar mais, muito menos continuar a nos enxergar menores! Acabou! Eu repudio a atitude da Padaria Ipanema, que não teve na figura do gerente nenhuma atitude de defesa à funcionária, que teve 26 anos de sua vida dedicados a esta empresa! E, prometo na forma deste desabafo: Nunca mais ponho meus pés nesse lugar!

Aída Barros é jornalista, roteirista e Analista de Conteúdo Sr.

MBP TESTOU - LINHA CREOULA DA LOLA COSMETICS

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza



      E qual crespa que nunca sonhou em ter uma linha inteira de produtos feitos especificamente pra nós? A Lola Cosmetics realizou o meu, o seu, o nosso sonho! A Linha de produtos Creoula está nas melhores perfumarias do ramo para a nossa apreciação e eu, doida no meu black que sou, fui correndo comprar. Depois de um mês testando três dos produtos da linha, posso dizer para vocês que ela está aprovadíssima! Vou contar minha experiência pra vocês analisando três pontos que acho que são fundamentais nos meus cuidados: a apresentação do produto, o que o produto fez para os meus cabelos e preço. Testei Shampoo, Condicionador e Espuma Encantadora Cachos Perfeitos. Preparadas? Vamos lá! 
 As embalagens da linha são lindas! Azul com vermelho e um texto lindo que reforça a autoestima e o exercício de manter seus cabelos afros ainda mais lindos. O único ponto negativo é o conteúdo. São embalagens de 230ml (shampoo e condicionador) que acho ser pouco para a nossa cabeleira cheia de volume e charme.

Tudo que eu amo em relação composição tem dentro de cada passo da linha: óleo de coco, água de coco, glicerina, pantenol (princípio ativo do Bepantol) e uma fragrância suave, mas que permanece nos cabelos após o uso. Essa mistura de ingredientes deu aos meus fios maciez, uma hidratação incrível, brilho e um cabelo muito mais forte. Eu não me importo com frizz, mas a linha ajuda a controlar muito esse quesito que incomoda muitas meninas.



E vamos para o que machucou o coração da pretas: o valor. A linha não me pareceu barata, girls... Paguei R$ 18,50 no shampoo, R$ 21,90 no condicionador e R$ 46,50 na espuma encantadora. Foi um investimento, valeu muito pelos benefícios, mas sei que não é uma linha carinhosa com o nosso bolso. Porém, se você é vaidosa e sabe que seu black merece todo carinho e investimento do mundo, faça como eu fiz e compre um produto por mês, gata! Não dói de uma vez e você ficará linda! Um grande beijo e até a próxima!
*Este não é um publieditorial.

POR UMA ÓTICA CRESPA

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por Grupo de Trabalho Moda e Beleza
     Queridas Meninas Black PowerHoje vamos falar sobre um dos acessórios que sempre temos nas mãos, bolsa ou rosto. Um acessório que às vezes esquecemos, mas é só chegar o primeiro raio de sol aos nossos olhos, corremos para buscar. São nossos amados óculos escuros. Todas nós temos um e se não temos, desejamos ter. Ele é quase indispensável nesse Brasil ensolarado.
        Outro dia chegou uma pergunta aqui na página (grande beijo para a Ana Beatriz, que nos acompanha e enviou esta sugestão com carinho) e nós enviamos duas MBP's para descobrir mais sobre como combinar óculos e crespos. Entre uma pesquisada e outra, encontramos um pequeno texto que explica um pouco sobre como os óculos escuros foram criados. Aqui podemos notar a evolução dele.

       O mais interessante é saber que com o passar dos séculos, as lentes também sofreram alterações, e agora possuem filtros de proteção ao globo ocular, também conhecidos como UVA, UVB e UVC. Mas nos dias atuais elas são destacadas de acordo com o gosto da pessoa que o usa. Não há uma regra para a utilização de lentes, mas será que o mesmo acontece com as armações? Ou é válido termos opções de acordo com as formas que compõe nossos rostos?
       É importante saber que é que o óculos está a nosso serviço e não o contrário. Ao escolher a armação que queremos usar, precisamos ter em mente qual a imagem que queremos passar. Os especialistas de moda têm mil dicas do que pode e do que não pode com relação aos óculos, mas deixamos essa questão em aberto. 
        Pouco nos vemos, crespas, com opções de óculos escuros. Mas podemos e devemos usar e abusar. Nas fotos temos duas estruturas de fios diferentes e também de penteados. Natália com seu 3C, preso de um lado, fazendo um topete bastante volumoso. Tainá com seu 4C, preso em um moicano. Podemos abusar dos penteados no dia a dia. São eles que orientam o tom do nosso look diário. Experimentamos diversos modelos. Antes de vocês dizerem se deu certo, já fica o convite para que experimentem e mandem o resultado pra gente, abusem dos penteados e dos looks que combinam com os óculos escuros.

     Nosso editorial não teria acontecido se não tivéssemos grandes parceiros nos quais podemos sempre confiar. A lista não é pequena, mas aqui fica o enorme "muito obrigada" da Natália Regina, Tainá Almeida e de todo o Coletivo Meninas Black Power para:
Lucas Orofino - Fotografia
Graziela Ribeiro - Maquiagem
Fabíola Oliveira - Acervo de óculos
Joelma Andrade - Acervo de óculos 
Tainá Almeida - Produção
Natália Regina - Produção
Coletivo Meninas Black Power - Organização e realização


      Confiram aqui todas as fotos e não esqueçam de mandar fotos pra nós. Queremos saber como foram os testes!

NATURALMENTE NOIVA - PARTE 1

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por Élida Aquino
Foto: Cheri Pearl Photography
     Maio acabou de se despedir, mas ainda posso falar sobre ele, né?! É também conhecido como o "mês das noivas" e eu, fã de casórios e afrodengos que sou, aproveitei pra trazer ao nosso espaço exemplos de noivas como nós, crespas e lindas, que deixaram seus cabelos livres (e lindos!) neste momento tão especial.
       Antes de apresentar as queridas que me deram a honra de contar sobre como foi a experiência de "encrespar no altar" (ou onde quer que seja que tenham dito o "sim!"), vale lembrar que há o mito de que cabelos naturais, volumosos, crespos, não combinam com festas ou datas mais formais. Não é raro vermos formandas, debutantes, madrinhas ou noivas em estado de desespero, sem saber como lidar com o próprio cabelo nessas horas e achando que a textura natural não se encaixa. Como assim, Meninas?! Se temos opinião concreta sobre nosso cabelo, podemos ir com ele onde quer que seja, principalmente à festa! Entendam: não há uma regra que define o liso como padrão para momentos cheios de glamour. Ignorem as ditaduras e imposições também nestas ocasiões e continuem livres pra escolher. Outro ponto é um velho conhecido, mas não vou deixar de ressaltar que o mercado ainda não fornece tantas opções pra noivas negras; quanto mais negras naturais, que optam por casar com seus cabelos naturais. Para esta galera que movimenta as produções de base, o papo é bem direto: noivas negras, crespas, consomem e investem grana nos casórios! Coloquem nas revistas, jornais e na TV, façam produtos que atendam. (Existem excelentes meios de captar informações sem depender exclusivamente de vocês, mas somos legais e vamos deixar a dica.)
         Agora sim! A hora linda de conferir o mar de lindezas e inspirações. Vale pra colocar em prática se vai casar daqui a pouco ou pra sonhar se ainda não tiver perspectiva/expectativa nenhuma [risos]. Elaine, Gabriela, Polliany são nossas fontes. Aproveitem!

MBP – Meninas, deixem a gente conhecer o cabelo de vocês!  Desde quando estão naturais? Quanto tempo estiveram em transição? Passaram pelo Big Chop? Queremos saber tudo!
Elaine Sodré  Eu sempre tive o cabelo enrolado. Em algumas épocas estava com relaxamento para diminuir o tempo na hora de arrumá-lo, mas sempre com os cachos. De uns meses para cá está natural com tintura.
Gabriela Queiroz  Estou com cabelo natural há cerca de um ano, mas cortei (Big Chop) faltando quatro meses para o casamento. Minha intenção inicial era usar uma lace wig [peruca que simula muito bem o cabelo natural], mas mudei de ideia quando me conheci de verdade.
Polliany Rodrigues  A última vez que alisei o cabelo foi em novembro de 2010, com a desculpa de que iria ao casamento de uma amiga. Eu já tinha tentado fazer transição algumas vezes, mas sempre havia uma desculpa. Natal, ano novo, aniversário, mudança de emprego... Eu havia prometido esperar dezoiuto meses em transição, mas no décimo segundo não aguentei. Acordei um dia em novembro de 2011 e fui sozinha a um salão. Resultado: cortei um palmo de química. Na outra chamei um cabeleireiro lá em casa e cortei o resto!

MBP – E quando se casaram? Quanto tempo planejaram o casamento?
ES  Eu já morava com o Dani há uns 2 anos, então o processo foi mais tranquilo no casamento. Quando decidimos casar, foi em 2 etapas: Janeiro de 2013 no civil e em Setembro de 2013 a festa. Aí nesse período curto foi uma correria doida [risos] mas bacana, pois tentei fazer algumas coisas artesanais para deixar com a nossa carinha. Foi uma experiência bem bacana!
GQ  Me casei em Novembro de 2013 e passei cerca de um ano planejando. Não havia muitas informações sobre noivas negras no Brasil. Foi então que decidi criar uma página no Facebook para mostrar as coisas lindas que tinha visto.
PR  Me casei no dia 2 de setembro de 2012. Fui pedida em casamento no dia 24 de setembro de 2011 e no dia 2 de outubro foi nosso noivado [risos]. Por mim, teria casado no outro dia, com o primeiro vestido branco que tivesse encontrado, mas eram tantas expectativas... Tanto minhas quanto do noivo e da minha mãe. Por fim comecei a planejar nas férias, em dezembro. Ou seja, cerca de nove meses de planejamento

MBP  Sempre enxergaram a textura natural como principal opção para o dia do casamento?
ES  Sim, sempre!  Isso era a coisa que eu tinha mais certeza... Eu procurava horrores por referências e nada. Ficava noites e noites no Pinterest, por exemplo, seguindo todo mundo e nada que me despertasse. A ideia mesmo foi da minha super amiga Ariane (cabeleireira e maquiadora). Trabalhamos em algumas coisas juntas e chegamos ao denominador final.
GQ  Jamais! Sempre fui adepta de um alisamento impecável. Nem eu e nem as pessoas ao meu redor poderíamos imaginar que me casaria assumindo minha textura.
PR –Confesso (com muita vergonha) que não. Eu não conseguia imaginar uma noiva de cabelos enrolados no dia do casamento. Nunca sequer tinha visto uma! Quando pesquisei na internet, aí que eu não achava quase nada! Só que eu sabia que precisava provar pra todo mundo que eu estaria radiante no nosso big day. Incrível como TODAS as pessoas me perguntavam "o que você vai fazer com o seu cabelo no dia do casamento?". E foi assim que pirei e fui atrás de achar um cabeleireiro que estivesse feliz e disposto a trabalhar com minha textura.

MBP  Como foi a reação das pessoas quando vocês disseram que casariam naturais?
ES  Todos adoraram, inclusive o noivo! [risos] Eles ficaram bem felizes por eu não ter mudado o cabelo com algo que não tinha a ver com a gente... A minha amiga Ari teve a ideia linda de pegar o colar com que a avó e a mãe do Dani se casaram e fizemos um arranjo para o cabelo. Ficou lindo e super delicado!
GQ  Fui muito desencorajada a usar meu black. Minha mãe, minhas tias... Não posso condená-las. Fui a primeira pessoa da família a assumir o cabelo natural diante dos olhos delas. O "novo"é sempre desconfortável. Mas meu noivo - que antes me incentivou a colocar um mega hair- cresceu comigo no processo de descoberta e me amou ainda mais. Fez questão de me recordar todos os dias o quanto eu estava linda e que não queria nenhum tipo de artifício, sem alisamentos, escovas ou perucas. Além disso, vi muita gente torcendo o nariz, mas nem liguei.
PR –Posso dar gargalhadas bem altas? Minha família inteira dizia que não ia ter cara de cabelo de festa. Minhas madrinhas entendiam minha vontade e procuravam várias fotos de noivas naturais. Meu noivo era o mais severo da história: dizia que se eu aparecesse de cabelo liso, ia fugir do casamento!

MBP – E como foram os penteados? Alguma fonte de inspiração?
ES - Eu usei um bigudin (acho q é esse o nome... [risos]) bem menor do que tem no mercado. A Ari é uma super, incrível, maquiadora e cabeleireira, então fizemos o teste com este aparelho. Os cachos ficaram bem legais e menores que os convencionais. Depois contei com a ajuda de outra super amiga, a Sandra Machado (que é estilista), e usei uma flor de seda pura da coleção dela com o colar no arranjo de cabeça. Foi muito legal essa ideia! Amei de paixão!
GQ  Eu não tinha muitas alternativas, afinal o black estava curtinho, mas quando mandei fazer o vestido, lá encontrei o acessório perfeito! Parecia que havia sido desenhado para mim. Senti-me uma rainha com ele a enfeitar meu black. Foi então que descansei. No dia do casamento só lavei e passei o pente garfo!
PR –Por fim encontrei a Gisele Sales que me deu uma luz! Ela sentiu que eu estava preocupada por meu cabelo ser curto e assim não teríamos muitas opções... Foi quando ela sugeriu que fizemos babyliss bem fininho com o meu cabelo totalmente natural.

MBP – Contem o caminho para que vocês chegassem à escolha deste penteado!
ES  Foi uma delícia!  A Ari é muito talentosa e me deixou muito tranquila. Isso é muito importante para a noiva. Que o profissional conheça o estilo da noiva... Esse processo flui quando noiva e profissional se dão bem.
PR  Se eu te contar que foi decidido dois dias antes do dia de tirar as fotos da prévia?! A Gi havia dado a ideia inicial e sugeriu que fosse algo alto com uma fita de cetim fininha. Eu achei o máximo, mas não conseguia visualizar a "coisa". Aí dois dias antes fui até o salão e falei: “quero cachos mais a mostra... O que podemos fazer???". Ela então começou a puxar uns fios de cá, uns fios de lá e na hora me mostrou a ideia de puxar todos os cachos para lateral.

MBP  Quem foram os responsáveis por eles?*
ES  A Ariane Alberti e Sandra Machado.
GQ  Aly Cardoso
PR  A Gisele Sales, que é daqui de Brasília e atende no salão Desiderata no Lago Sul.

MBP  Onde encontraram os acessórios?
ES – Então, aflor de seda que combinava com o meu vestido foi do acervo da amiga Sandra e o colar de pérolas da minha sogra.  Depois usamos muitos grampos e fios de silicone para a montagem.
GQ  Na Van Hoff Noivas e Festas, que me deu toda assessoria na organização do casamento.
PR  Outra coisa que achei dois dias antes da prévia (oh, época maluca!). Quando saí do salão com a ideia fixa do penteado, fui até a rua das noivas em Taguatinga e achei uma lojinha que reunia vários profissionais casamenteiros. Lá encontrei a Dora, que foi uma fofa! Colocou vários acessórios no meu cabelo e foi testando tudo! Fiquei em dúvida entre as flores que usei e um acessório dourado com brilhantes. Mas a Dora na hora vetou (pode um trem desses? [risos]) dizendo que eu tinha muito mais personalidade do que um acessório pequenininho. E foi assim que fiquei com três flores de cetim de tamanhos diferentes e detalhes de pérola.

MBP – E como as pessoas receberam os penteados no dia do casamento?
ES  Adoraram! Todos. Super aprovaram!
QG  Acredito que muita gente tenha se sentido desconfortável, afinal o cabelo afro não é aceitável em nossa sociedade. Meu desejo é ver um novo quadro social, é ver a evolução das pessoas, das mulheres negras em relação a si mesmas, e por isso estou fazendo a minha parte.
PR  Acho que essa foi a parte mais legal do casamento! O Anderson disse que eu estava uma princesa e já lascou-se a chorar. As minhas madrinhas que me viram antes de todo mundo disseram que eu estava perfeita! Minha mãe encheu os olhos de lágrima no salão mesmo. A maquiadora me conhece desde os cinco anos de idade e me apertou horrores dizendo que meu cabelo não poderia ter ficado mais impecável!

MBP  Como foi o dia e como vocês se sentiram em relação ao penteado?
ES  Esse dia para mim foi incrível. Nunca fiquei tão linda. Eu até prometi que não iria chorar para não borrar a maquiagem e consegui. Quer dizer... Chorei um “pouquito”, mas nada afetou. Eu queria muito esse momento mágico da maquiagem, vestido, cabelo. É uma delicia! Você está num momento de êxtase. Fiquei muito feliz com o resultado que vi. Gostei muito e o Dani também. Isso foi o mais importante.Dificuldades não tive, mas acho que o nervosismo não deixa a gente ver muita coisa. Se pudesse dar um conselho, diria pra aproveitarem o momento. Aproveite cada hora de acordar, vestir, entrar na igreja, conversar com os amigos, dançar na festa (dancei muito!) e dividir com todos a festa. O casamento para mim nunca foi o sonho da vida, mas o dia é mágico e confesso que esse foi o dia mais feliz da minha vida, até o dia de hoje.
GQ  Meu dia foi espetacular! Senti-me maravilhosa, em paz comigo mesma, tranquila com a imagem refletida no espelho. Eu poderia me casar mais mil vezes ( todas elas de black power  e com o mesmo marido)!
PR – Confesso que meu maior medo era de ficar a “senhora frizz”, visto que meu casamento iria iniciar às 16h e na beira do lago. Ou seja: umidade e vento! Mas o laquê da Gigi e o poder do "Jesuis" nesse dia foram certeiros. O cabelo ficou lindo até o final da noite. Quando me olhei no espelho no dia da prévia, sem brincadeira alguma, me senti totalmente realizada. Pique princesa da Disney, sabe? Só que no dia do casamento a coisa foi mais intensa e espiritual: me senti a futura esposa mais linda que o Anderson poderia encontrar (já sacou que a modéstia passou longe quando o assunto é casamento, né?)

MBP   Que boa essa conversa! Onde eu e as Meninas podemos ver mais sobre o casamento e a história de vocês?
ES – O vídeo do meu casamento está aqui!
GQ – Vocês podem ver fotos do meu casamento em minha página, principalmente neste álbum com minha E-Session. Aqui a entrevista que dei para o blog da Sabrinah Giampá, contando toda a história do meu cabelo (minha vida).
PR – Tem post no Aumente o Volume.


      Muita doçura reunida, né?! Agradeço de coração pelas ideias e experiências riquíssimas de cada uma. Espero que todas que chegarem por aqui apreciem o resultado e possam ter noção do que fazer da vida. Se quiserem mais ideias, temos um álbum cheio de referências para noivas naturais aqui na página do Meninas e será ótimo compartilhar com vocês. Pra fechar, deixo abaixo uma foto que será útil pra madrinhas (do casamento da Gabriela, com a madrinha Ellen Denise), o vídeo da Polli (que é meu favorito quando penso em vídeos de casamento) e a ficha técnica de cada uma das entrevistadas. Até amanhã, numa conversa incrível com uma Menina que sabe tudo de noivas negras!

A Ellen Denise foi uma das madrinhas e arrasou com um penteado sideways. Ótima opção!




* Ficha técnica:
- Elaine Sodré
Cabelo e make - Ariane Alberti
Acessório - Sandra Machado 

- Gabriela Queiroz
Fotos - Carol Costa

- Polliany Rodrigues
Cabelo - Gisele Sales, do salão Desiderata (Brasília, Lago Sul)
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