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Channel: Meninas Black Power
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VOCÊ É PRECONCEITUOSO E NEM PERCEBE

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   Esse texto é mais um desabafo do que um informativo. Há alguns dias infelizmente tive um  desentendimento com alguns membros da minha família. Tudo começou com um assunto banal e terminou no tema racismo e preconceito. Toda essa história chata me fez pensar como é difícil encararmos o racismo na sociedade, imagine na nossa própria casa, com os nossos.
    Sou neta de brancos e negros, daí essa mistura gostosa da minha família. Cresci praticamente sendo a única negra da família, todos os outros passavam como pardos e "morenos". Tive que aprender a rir de piadas racistas, para poder me sentir incluída no grupo, foi assim que comecei a me perguntar porque só eu era negra... porque só eu tinha recebido o castigo (assim eu pensava). Minha infância e adolescência foi em um condomínio de classe média, onde só moravam três famílias negras. Brincadeiras de mau gosto e piadinhas cruéis eram constantes, não de todos, o grupo preconceituoso era  pequeno, porém  incessante.
     Resumindo foram mais de 20 anos com a cabeça baixa, foram mais de 20 anos com a boca fechada, foram mais de 20 anos alisando o cabelo, foram mais de 20 anos sem usar amarelo ouro (porque preto não podia ousar), foram mais de 20 anos rindo forçada de piadas sujas. Chega! Acabou!
      Hoje com toda a certeza não abro mão das minhas ideias de ser quem eu sou, custo o que custar, até mesmo as amizades. Não venho aqui ser radical e dizer que não devemos nos importar com os outros. Não, não é isso... Apenas não permita que te humilhem. Não fique calada quando ouvir:
- “Tem que casar com um branco paraclarear a família”
- “Vixe fulana vai ter ocabelo ruim, porque sicrano tem o pé na África!
- “Se um casal de piolhos entra nesse teu cabelo, já era!”
- “Brigou com ocabeleireiro?"
     Quando ouvir algo parecidonão fique calada... Levante a cabeça! Explique suas ideias, sem gritar, sem brigar... seja objetivaVenho aqui dizer que ninguém tem o direito de se achar melhor e de te classificar como uma maluca extremista, chata e que segue modinha, só porque você é uma negra feliz e assumida,que segue uma ideologia e que não tem aquela velha opinião formada sobre tudo. Um abraço bem crespo!


EU AMO O CABELO DELA - LEANDRO MELQUIADES

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      Quando a conheci era a moça mais encantadora do mundo, e esse mundo tratou de nos fazer os melhores amigos. Sorri suas alegrias, rimos nossas tristezas, alimentamos pensamentos, descolorimos os traumas, "desbaguncei" seus cabelos e ela os meus.
    Esses seus cabelos que já foram curtos, foram nulos, coloridos, foram longos e trançados, relaxados, muitas vezes escondidos sob a beleza de um lenço estampado, tantas vezes amarrados, presos, mudos sob a sua beleza inaudita, foram também o centro de muitas das nossas conversas e pensamentos estético-psicanalíticos.
      Eu a vi melhor. E ela também me viu. Nosso amor-amigo transbordou o mundo, lugar onde era a mais encantadora, e virou amor-amor. Ganhei uma amiga maior, uma mulher gigante, uma pessoa nova. Conhecemos nossas lágrimas e inseguranças embaraçadas, e vi que as dela começavam nos pés e terminavam nos cabelos. Os inseguros cabelos que eram desencrespados a cada insatisfação; que precisavam ser embalsamados para mostrar uma suavidade artificial; que eram cortados, e chorados de arrependimento logo em seguida. Disfarçados, escondidos, esgotados... seus fios só não foram livres. Uma bagunça. E quando o cabelo preso é a sua metonímia, é importante perceber que a única saída é libertá-los. Ela percebeu.


        No início resistiu sob o argumento de que nunca conseguiria deixar o seu ser crespo ser sua beleza análoga... Talvez devesse ainda domar, conter, enclausurar sua metonímia... seu cabelo. Mas depois compreendeu... Negou que fosse dura, rebelde e sem-jeito, como cresceu sua natureza e como pretendeu disfarçar-se naturalmente. Viu-se crespa, bela, rainha, exuberante, e me mostrou os seus fios soltos, livres, desmascarados. Esteve ainda mais linda, e como se não fosse possível, foi-se-me redescoberta. Nova. Confiante!
Dos pés aos fios soltos, todos, ela agora é outra, ainda mais maravilhosa porque é mais ela. Eu, orgulhoso e reflexo, também encrespo minha cabeça adiante, e de mãos dadas desembaraçamos e desbagunçamos igualmente meus nós enrolados, e seguimos amando sorrindo esses novos nós inseparáveis que nos tornamos juntos.  

   
        Por Leandro Melquiades

EU AMO O CABELO DELA - RAMON RIBEIRO

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    Não sei como começar a listar os predicados deste cabelo... Desta dona, que traz a raiz negra aflorada na cabeça como coroa. Que entrou na minha vida de forma inesperada, e já mudou em muito minha forma de enxergar o mundo e a si próprio.
    Amo o black power dela porque inspira força, me traz vigor e me impulsiona a frente, mostrando que mesmo que haja dificuldades posso contar com esta vitalidade.
     É raro um black power passar despercebido. Desperta olhares, interesse e por que não dizer por vezes cara feia. Porém existe algo de muito mais profundo no ato de se deixar o cabelo crescer natural. O black power dela confronta um histórico de resignação, de repressão. Mostra-nos que não podemos no conformar, mas buscar nossa essência e transpirar uma cultura que nos é própria, de um povo que ainda hoje luta contra um discurso colonial que foi camuflado e por vezes sob o pretexto de se fazer o bem, entretanto sem perder o seu caráter nocivo.
    São definidos assim, padrões que geralmente privilegiam a um determinado grupo e é como geralmente acontece quando se define, por exemplo, o que é cabelo bom ou cabelo ruim, mas amo o black power dela porque me faz tomar consciência da importância do que sou.

    Amo black power dela por me fazer acreditar em um novo futuro, que é construído por cada um de nós, sendo a diferença e buscando alcançar seus sonhos de igualdade, paz e amor.
  Há cerca de dois anos conheci o black power dela e com ele venho escrevendo este futuro novo, um futuro nosso. Um presente que recebi e mal sei expressar a felicidade que me invadiu e continua viva aqui dentro. Amo o black power dela. Amo não sei o porquê. Amo estar com ela. O black. Amo. Agradeço todos os dias pelo black power dela que permanece do meu lado coroando minha existência.

Por Ramon Ribeiro

AÇÕES AFIRMATIVAS JÁ!

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     Hoje o assunto é o Edital para Produtores Negros (as) que foi criado para que os produtores negros pudessem mostrar o seu trabalho. Sob uma acusação de ser discriminatório este Edital foi cancelado e depois de uma série de reuniões em várias capitais brasileiras com homens e mulheres que lutam contra o racismo e a segregação racial no Brasil. No dia 7 de junho a Justiça Federal decidiu pela continuidade do Edital, mas com a premiação suspensa. É correto? Saiba as razões pelas quais nós do Coletivo Meninas Black Power apoiamos o Edital de Produtores Negros(as)!
  • Você sabia que a população negra corresponde a 52% da população brasileira?
  • Você sabia que no ano de 1888, que teve a farsa da Abolição da Escravatura, nós negros(as) fomos de “libertos(as) ” sem direito a moradia, alimentação, e emprego?
  • Você sabia que éramos proibidos(as) de frequentar escolas, e isso mudou no ano de 1889? A partir daquele ano apenas poderíamos estudar à noite, para continuarmos a servir a classe dominante.
    Em um país com 52% da população negra ainda não nos vemos na televisão, nas novelas o negro e a negra ocupam papéis desprivilegiados e mesmo quando a televisão segue a moda de colocar na telinha comunidades e subúrbios a maioria não é negra?  É correto que ainda vejamos poucos negros (as) nas universidades brasileiras? Ainda bem, que com o sistema de cotas, temos a possibilidade de mudar este quadro.
      O racismo existe e ele não é velado como dizem, precisamos de mais provas concretas do que essas citadas acima? Calma, calma, respira. É muita informação ao mesmo tempo. Entendemos. Mas, você precisa saber, não dá mais para jogar para debaixo do tapete. E então? Vamos contribuir para mudar essa história, você também faz parte dela!
         É óbvio, que não queremos cotas eternamente, mas enquanto essa

desigualdade existir, SOMOS A FAVOR, do EDITAL para Produtores Negros (as)!

Gostou do assunto? Quer saber mais?
Mexeram em um vespeiro
Quem tem medo dos editais para iniciativas culturais afro-brasileiras?
Repúdio à suspensão de Editais para criadores negros reúne produtores culturais em diferentes estados
Moção de apoio do CNPIR aos editais para produtores e artistas negros do Ministério da Cultura
Para ministra da Cultura, decisão contra editais para criadores negros é assustadora


EU AMO O CABELO DELA - PEDRO ARAGÃO

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Caro(a) leitor(a), antes da prosa, vamos deixar algo bem claro, não escondo de ninguém, aliás, faço questão de contar pra todos que conheço: sou tarado por cabelos! Cabelos de todos os tipos. Crespos, enrolados, cacheados, lisos, longos (principalmente), curtos e de todas as cores. E mais, prefiro todos eles cheios, volumosos e armados. É engraçado dizer isso tudo, mas este é um dado importante que vai permear a estória que vem a seguir. Agora, senta que lá vem a estória.
Quando a conheci, acredite, ganhei uma hora e meia de atraso, já tinha motivos pra não gostar, sou pontual. Mas, ok, já superei isso. Apesar de que ninguém acreditar, a primeira coisa que vejo em uma mulher são os olhos. Como já nos conhecíamos pelas redes sociais, eu já tinha provado aquele olhar, mas nada como o tête-à-tête. Que olhos! O segundo, e não menos importante, é o cabelo. Que lindo! Um verdadeiro Black, com "b" maiúsculo, mesmo. Enrolado, cheio, armado, bem alto, do jeito que eu gosto! A paixão era inevitável. Tivemos um encontro ótimo, com beijos, abraços, “gordices” (sim, a gente come muita besteira), ela até me disse depois que o filme de comédia que vimos era ruim, talvez esteja certa, meu senso de humor é aguçado, dou risada de quase tudo. Por fim, um encontro às antigas, engraçado, romântico e pretensioso.
Fui pra minha semana habitual, trabalho, casa, casa, trabalho. Comecei a sentir aquela saudade gostosa. Dentro de mim, já havia um pedido de namoro preparado, mas havia medo da não aceitação, da precipitação. Talvez fosse um erro, mas era enredo que eu queria. Aquele medo fazia parte de um dos ingredientes mais importantes em um romance, e sem perceber, eu já tinha certeza que faria, que falaria.


Combinamos uma semana depois, e dessa vez em outra estação, os(as) leitores(as) hão de concordar que não tem melhor forma de caracterizar um romance paulista. Aguardei, dessa vez uma meia hora. Meia hora de pensamentos e incertezas, reescrevendo mentalmente o que eu ia falar, de como ela receberia a declaração.
Então, ela veio... De turbante!
Um misto de "como assim" com "porque?" me aterrorizou. Que fique claro que não tenho nada contra os "turbantados", mas aquilo, de certa forma, acabou com meu sonho. Eu já adorava o cabelo dela, já até imaginava a cena da declaração, aquilo já havia até pesado na minha escolha, mas por que hoje?
Ok. Pensei bastante enquanto conversávamos e fui percebendo que aquilo não era tão importante, na verdade, aquele era só mais um sinal da importância que ela também dava pro seu cabelo, e de repente, percebi que  eu não deveria dar valor pra isso, ou melhor, deveria dar valor para outras coisas. Pro sorriso, pro olhar, pra sua voz, pro seu corpo, pra mulher inteira. Daí, foi só falar: "Te amo, Angélica". 


 Por Pedro Aragão

ENCRESPANDO NO RIO DE JANEIRO

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Chegou a hora, Meninas Black Power

Começa no Rio de Janeiro, depois em cada canto onde estivermos e mais tarde, quem sabe, no mundo inteiro! No dia 20 de julho teremos a primeira edição de um evento oficial Meninas Black Power com muita moda, dança, música e poesia afro-brasileira, além da oportunidade de conhecer de perto nosso coletivo e suas componentes. Crespas e crespos da Cidade Maravilhosa poderão participar de um encontro preparado especialmente para celebrar o cabelo natural, nossa cultura e o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. Teremos exposição de quadros lindos do artista plástico Garvey, duas rodas de conversa: uma com a Andreia Pippins, do Fly, e outra com a equipe MBP do Rio de Janeiro, onde todas poderão fazer perguntas e tirar dúvidas. Além de tudo isso contaremos com vários afroempreendedores, como A Quixotesca e Colares D'Odarah, que estarão expondo e vendendo seus produtos.

Estão prontas? Confirmem presença desde já através do e-mail blogmbp@gmail.com e aguardem mais informações.




CRESPAS PLUS SIZE - PARTE 2

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O especial "Crespas Plus Size" volta com um depoimento lindo da bem resolvida Bê Cruz. É lindo poder e olhar realmente. Conheçam a história dessa moça linda!


“Nem sempre é fácil ser gorda e se aceitar [feliz] assim. Principalmente naquele momento crítico pra muitas: comprar roupas que sejam do nosso estilo, e não do estilo que tem disponível. Às vezes bate mesmo um desânimo. Mas fico tão feliz, mas tão feliz em ver alguém que tem o corpo parecido com o meu (ou maior, ou menor) desfilando confiante pelas ruas a fora, ainda mais quando no balanço das dobrinhas e curvas vão junto cachos, tranças ou um crespo estiloso. Eu mentalmente peço um autógrafo pra digníssima! SIM! AS GORDAS PODEM SER NATURAIS! 
Quer saber a real? As gordas podem tudo, avisa aí! E manda com cópia registrada para aquele bichinho chato que vive na nossa cabeça: a vergonha.
Sendo bem sincera eu MORRO de vontade de raspar o cabelo, acho lindo, principalmente nas pretas, mas o volume que o cabelão trás não me deixa fazer isso. Afinal, pra quem já é toda volumosa (e voluptuosa, beijo) o volume no topo do conjunto da obra, só soma! Esteticamente fica proporcional, sabe? Coroa grande pras grandes rainhas.
Então seja magra, seja gorda, seja mignon, o crespo vai bem em todo mundo. Não tema. Se permita sentir-se linda com quilos a mais e permita seu cabelo ser tão livre como você deve ser.


p.s.: Gorda careca tem a majestade mesmo sem coroa. Tá bom de açúcar?”













LIBERDADE CAPILAR?

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Acho muito válido quando abrimos nossos corações sobre o que vivemos. Sua história fortalece a minha e assim formamos uma corrente. 
Minha história não é muito diferente das outras meninas que visitam a página/blog. Infelizmente aprendemos cedo demais a "cultura da química".  Meu presente de 9 anos foi fazer permanente, que sonho era ter cachos que balançam. Lembro que na minha cabeça de criança, bonito era ter o cabelo baixo, e loiro na verdade, mas só de estar “para baixo” eu já ficava feliz.
Lembro como se fosse hoje, porque ali começava a minha dependência aos químicos. Depois do permanente, passei pelo henê, pela pasta , pelo relaxamento,  por alisantes e escovas definitivas. Escova toda semana e prancha todos os dias. Apesar de toda grana gasta e a tortura com aqueles cheiros, em nome da beleza eu suportava. O resultado dessa maratona da "beleza" foi a quebra do cabelo.  Exausta com essas dependências parei com as escovas definitivas, prancha e química e cortei apenas parte do alisado. Meses depois fiz  um novo corte e embarquei na química novamente, mas desta vez em um salão especializado nos cachos, achava que tinha encontrado a  solução natural que eu precisava. 
Nesse período zapeando na net encontrei na página de um conhecido as fotos da Élida, babei com o "blackão" dela, o volume, os penteados. Ganhei o primeiro "up" de afirmação.
Depois que achei a página e veio o blog. A cada foto que via, meu peito se enchia de segurança e força. Aos poucos fui aprendendo sobre o black crespão mesmo, sem química.  Mas,  sinceramente na minha cabeça só crescia a pergunta:  Epa, como assim? Como assim nada de química? E os cachos? E como “domar”?
Chego nesse ponto porque tenho amigas que comentam comigo: "acho lindo o Black. É estiloso e tal, mas para mim não dá. Quando vejo minha raiz crescendo já entro em desespero".  Eis ai mais uma questão:  Porque do desespero? Não sou a melhor pessoa para debater a historicidade do cabelo black e muito menos do negro, sou estudante nessa área. Mas, me pergunto porque algumas mulheres negras nem chegam a consideram ter seus cabelos naturais.
Conversando com uma prima sobre o blog e tudo que ele propõe. Ela deu o mesmo discurso que eu tinha: "Entendo a questão da mulher negra, acho lindo o black Power. Eu sou livre para fazer qualquer coisa. ( Mas minha raiz ja esta crescendo e eu to desesperada.)"
Então, me pergunto será mesmo que há liberdade?  Será que somos livres dos padrões que nos são impostos ainda na infância? Porque uma mulher negra não consegue se ver com o cabelo como nasceu? Isso é liberdade? 
Quando respondi essas questões para mim, percebi que eu não era livre, porque a química era uma necessidade! 
Enfim, entendi a real motivação que reúne todas essas mulheres em prol desta causa, que vai muito alem do cabelo. E aprendi que posso ser eu por fora também. 
O intuito do blog não é pregar a ditadura do black power, muito menos forçar a queimar seus potes de químicas  e incendiar salões.
Hoje entendo o que é pregado aqui: que as mulheres sejam apresentadas a real liberdade, mostrando com historias presentes e passadas o significado desse palavra.

No próximo post eu conto para vocês como foi o dia do meu Big Chop!!!
Beijos!

EDITAL DE PRODUTORES NEGROS - NO CCBB COM A MINISTRA DA CULTURA

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A equipe Meninas Black Power esteve presente no CCBB no dia 09 de julho para uma reunião com a Ministra de Cultura, Martha Suplicy. Diversos movimentos negros estiveram presentes com suas lideranças e seus colaboradores para apresentar propostas e pautas acerca da cultura negra. E especificamente do Edital para Produtores Negros, bem como explicar nosso posicionamento a respeito do cancelamento dos Editais.
A mesa foi mediada pelo Presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra
 e por Rodrigo dos Santos, onde a Ministra tomou conhecimento das reivindicações do Movimento Negro.
A reunião aconteceu principalmente por um pedido da AKOBEN, Coletivo de Artistas e Produtores Negros, e nós tivemos a oportunidade de falar, falar sobre o que nós, negros e negras, precisamos.
Veja a leitura do documento que pautou a reunião.
http://youtu.be/vtifFTL3lFo
http://youtu.be/BjPzGa8RMrw

Saiba mais em:
ARTISTAS NEGROS QUEREM A LUZ!


O DIA DO BC

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O que aconteceu? Porque você fez isso? Foi de propósito ou seu cabelo caiu? 
Engraçado e que não foi a primeira vez que cortei o cabelo desse jeito. Acho que o "mundo" percebeu que desta vez foi diferente. Por isso todas essas perguntas assustadas.  A primeira vez que cortei, foi porque mudei o tipo de química, sai da escova definitiva para o relaxamento. Enfim, de uma prisão para outra. 
Desta vez quis apressar a liberdade. Não estava aguentando a transição, sentia que aquele cabelo não era meu. Eu não estava suportando mais carregar o peso.
Estava em transição a uns 7 meses. Não me via fazendo o BC ate porque o cabelo ficava legal, cheio, tipo black. Mas a pressão interna tava grande, no fundo estava chateada. Mas cortar tudo, pensava, era radical demais.  
O cabelo estava sem corte, por isso resolvi ir a um salão especializado em cabelos cacheados para cortar. A ideia inicial era tirar mais um pouco da química e dar forma.
Chegando ao salão fui atendida pela Monica, baianissima,  de São Salvador. Ela perguntou o que eu queria, eu disse mais ou menos o tipo de corte e completei  com um: mas o que eu quero mesmo é me livrar dessa química. Nessa hora foi minha alma falando. 
Ela entendeu o que eu queria, mas me perguntou, porquê? Falei que não queria mais usar química, queria ser livre outra vez. Achei que ia rolar algum tipo pressão, que ela ia defender o peixe do salão. Mas me surpreendi, ela me deu maior força, disse que se orgulhava das mulheres que se assumiam, que em Salvador as pessoas valorizam seus cabelos ao natural. 
Fiquei impressionada com ela, pela força e pelo impulso que me deu. 
Ali diante do espelho e da Monica fui me transformando, tirando o peso da pressão, que não tem rosto, mas se chama pelos nomes de: normal, padrão, mais arrumadinho, mais bonito. 
Fazer o BC não é fácil, assim como todo o processo de transição, todo o processo não acontece só nos cabelos, mas na mente, no corpo todo, na alma. Suportar elogios é fácil, mas suportar comentários desnecessários e  rejeições não.  Para isso estamos aqui. Meninas Black Power é a reunião dessa força, que muitas vezes não encontramos entre os nossos.
Só posso dizer que naquele chão ficou a dor da tortura de uma química que corroía minha cabeça, ali ficou o medo e a vergonha. 
Ali me reencontrei com meu cabelo.  Lindo! Foi lindo toca-lo depois de tanto tempo. Confesso que chorei.  Depois de anos de prisão, enfim eu estava Livre!

TEMPO DE SER MULHER NEGRA!

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Normélia de Oliveira Xavier


Em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, foi realizado o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas. O objetivo principal era trazer à tona a invisibilidade das mulheres pretas destas regiões e as opressões vividas nos campos do gênero e das mediações étnico-raciais, de modo a ampliar e fortalecer as organizações e a identidade das mulheres negras, construindo estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexismo. A data da reunião – 25 de julho – foi tirada como data-símbolo da mulher negra latino americana e caribenha.
Para muitos, é apenas uma data para engordar o vasto calendário mundial, que comemora feitos e conquistas de mártires que não nos contempla. Para nós, mulheres pretas forjadas na dor do racismo, o 25 de julho é um marco. Uma forma de nos fazer representadas, e de sermos protagonistas de nossa própria existência.
São muitas as mulheres pretas que nos fazem sentir orgulho de nossa trajetória de luta: Mãe Meninina do Gantois, Tia Ciata, Ruth de Souza, Léa Garcia, Zezé Motta.
São muitas as que nos fazem ter mais força no combate contra o machismo e o sexismo, que nos impede de tomar posse dos locais sociais que nos são de direito, como o mercado de trabalho e os espaços políticos, por exemplo.
São tantas as que nos inspiram a resistência; a força de um corpo que sofre no parto mal feito por uma rede de saúde que pretere a mulher preta.
Mas tantas dessas mulheres pretas não estão (d)escritas nas páginas da História. Muitas são anônimas, analfabetas, domésticas, estudantes, mães, mulheres simples da luta diária pelo sobreviver.
Muitas se chamam apenas Normélia de Oliveira Xavier. São pretas. Anônimas. Paulistas. Filhas de marinheiro que morreu na primeira década do novecentos. Muitas ficaram órfãs aos seis anos. Muitas não sabem de quem nasceram. Muitas cresceram na casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa, e foram escolhidas entre tantas outras crianças para fazerem companhia às filhas do já citado. Essas Normélias da Vida não foram compradas, mas era como se tivessem sido. Aprenderam as letras, o francês, o piano, e trabalharam em troca de tantos bons cuidados que receberam. E quando já não mais serviam aos caprichos daquela família por terem se tornado adultas, eram convidadas a se retirarem da residência. Normélias eram grandes, eram fortes. Saíram ao despejo sem lamentos. Com mulheres como Normélia, mulheres pretas hoje aprenderam ser grandes. Fortes. Normélias ensinaram que poderíamos ser o que sonhássemos ser.


Maria da Penha
Muitas outras desas pretas se chamam apenas Maria da Penha. São filhas da Osun. São mães. São mulheres. São pretas. Persistem. Resistem à violência. Semeiam fé em almas secas. Socorrem na aflição. São úteros cheios de luz. São leoas ante a covardia. São ventos que bailam a quizomba das vitoriosas que não morreram sob o jugo dos senhores. Que não morreram com os abortos. Que não morreram nas esquinas da prostituição. Que não morreram de fome e frio nas ruas. Que não enlouqueceram. Que sobreviveram. Que ainda choram pelo espelho que se quebrou...
Muitas mulheres pretas são apenas parte de um Coletivo de Meninas que usam Black Power. Meninas mulheres com quem aprendemos no amor ao nosso SER MULHER o que talvez a vida nos fizesse aprender com a dor. Cada uma delas, da mais velha à mais nova, ensina com carinho, afrodengo e risadas. Hoje somos amigas, primas, irmãs, tias, mães, tutoras, conselheiras, espelhos, exemplos... Esse é o nosso coletivo de mulheres pretas.
É preciso um olhar cuidadoso pra identificar a violência mascarada de cuidado; o xingamento travestido de gracejo; o bem-querer que camufla o racismo. Naturalizamos há muito tempo o lugar irrelevante que foi destinado à mulher negra na história. Naturalizamos o pouco caso que é feito daquela que é o coração da família. Naturalizamos a desvalorização da tripla jornada de trabalho diário. A mulher preta é mãe, é pai, é educadora, é doméstica, é médica, é irmã, é mulher. Mas mulher preta é, antes de tudo, forte.

Todas são mulheres pretas, reflexo de nós!



Por:
Fabíola Oliveira
Jaciana Melquíades
Jessyca Liris

DIREITO CRESPO - INJURIA RACIAL DA INTERNET

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      Olá, MBP! Nessa edição do Direito Crespo, iremos tratar de um assunto que infelizmente faz parte do cotidiano de muitos de nós, a Injúria Racial na Internet.
       Existe um mito de que a internet é "terra de ninguém", onde as leis não podem ser aplicadas, por ser um ambiente abstrato. Esse mito gera nas pessoas uma sensação de impunidade, que as faz utilizar-se do anonimato virtual para dizer o que pensam e muitas vezes ofender seu semelhante ou a coletividade. Outra postura que é gerada por esse mito é a do silêncio, pois na maioria das vezes as pessoas acabam "deixando pra lá" uma injúria sofrida na internet, por achar que logo passa ou então que nada será feito.
    No texto anterior definimos que de acordo com a lei, a injúria racial acontece quando alguém lhe dá uma qualidade ruim, ofende a sua honra subjetiva, aquilo que você pensa sobre si mesmo. Definimos também que esse tipo de crime pode ocorrer na presença de testemunhas, ou não. Na lei existe um aumento de pena para situações em que a injúria é praticada na presença de outras pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da mesma.
       Entendo que a internet se aplica nesse caso, pois a injúria pode ser feita apenas a você por meio sigiloso, em um e-mail por exemplo ou pode ser explícita e facilmente divulgada, como no Facebook. Quando somos vítimas desse tipo de crime, o procedimento correto a se tomar é muito simples, porém as vezes bem difícil.
         Em primeiro lugar, não revide o xingamentoPode ser difícil no calor da emoção, mas isso é crucial, pois há alguns entendimentos que xingamento trocado não configura o crime de injúria e sim uma discussão comum. Em alguns casos é considerado apenas que o ofendido revidou á ofensa, porém é aconselhável não arriscar.
          Segundo, junte provasÉ extremamente importante conseguir provar o que é alegado, pois os juízes consideram aquilo que é provado no processo. Se você não conseguir provar o que está dizendo, nesse caso, dificilmente obterá êxito em solucionar o problema. Você deve printar e imprimir tudo que for importante para que possa provar a ocorrência do crime, como e-mails, páginas printadas no Facebook, conversas em bate-papo, dentre outros.
          Terceiro, denuncie. Como já falamos por aqui, o crime de injúria racial precisa ser denunciado pela vítima. Por isso, munido de todas as provas conseguidas, dirija-se á delegacia especializada em crimes virtuais da sua cidade. Caso onde você mora não possua uma delegacia especializada, ou seja de difícil acesso a você, dirija-se à uma delegacia de polícia civil mais próxima à sua casa. Na delegacia, fique calmo e conte exatamente o que aconteceu, sem confundir os crimes, injúria racial é uma coisa, racismo é outra, ok? Endereço de algumas delegacias especializadas: http://www.safernet.org.br/site/prevencao/orientacao/delegacias.












AÇÃO EDUCAP

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     As coisas grandiosas acontecem a todo instante. Um convite e um desejo grande de mudança são fundamentais pra que encontros incríveis aconteçam. As Meninas Black Power foram convidadas a participar das comemorações da ONG Educap pelo dia Internacional da Mulher, e não poderíamos ter iniciado nossa inserção nas escolas em situação melhor.
     Nos preparamos: reunimo-nos para debater o que gostaríamos de levar pra dentro de um ambiente escolar. Levamos em consideração a nós mesmas, pensamos juntas o que gostaríamos de ter ouvido quando ainda éramos crianças crespas. Apoio, amor, cuidado e espelho! Dessa forma, elaboramos juntas uma atividade que permitisse que nos mostrássemos oriundas de uma mesma raiz.
     Chegamos ao lugar do encontro, sede da ONG Educap tendo em mente a possibilidade de chocar as jovens com nossos blacksFalaríamos pra meninas que eventualmente relaxam ou alisam os cabelos e se sentem bonitas assim, muitas vezes rejeitando o que for diferente disso. Chegamos e atraímos muitos olhares curiosos, pois vários blacks reunidos não passam despercebidos - e estávamos armadas com paciência, sorrisos e auto-estima pra contagiar a todos.
    O vídeo "Pode me chamar de Nadi" foi apresentado. Singelo e cheio de sutileza, apresenta uma menina que é um pouco de cada uma: negra, crespa, ávida por ver sua beleza e seu reflexo positivo. Ávida por poder ser! A identificação das meninas que assistiram o vídeo foi imediata, justamente por ser a busca pela adequação uma constante na vida de qualquer criança; justamente por ser a aceitação da própria imagem o desejo de qualquer criança; justamente por ser a existência de um espelho que reflita a própria imagem grande e bonita a base da autoestima de qualquer criança.
Após o vídeo, aconteceu um debate. Um público misto com crianças de 10 a 15 anos, umas mais tímidas, outras falantes, mas todas atentas e receptivas. Aos poucos, vimos meninas que até então tentavam esconder seus fios (mesmo as mais novinhas) amarrando, esticando, prendendo, soltar sorrisos e os cabelos. Vimos todas quererem uma flor nos cabelos livres. Algumas falaram de si, outras ouviram, mas todas quiseram, mesmo que por um breve instante, a liberdade proposta pelas Meninas Black Power. Todas usaram a flor que levamos, trocaram ideias, pediram dicas de beleza, mas cada uma se viu bela e saltitante como a Nadi.
      Esse encontro foi o primeiro e já estamos articulando outros. Fez bem às Meninas Black Power, que viram que a ação é possível e que esses encontros produzem valores positivos quase que imediatamente; fez bem às meninas que frequentam a ONG, que viram que muita gente entende pelo que elas passam diariamente; que viram que é possível serem lindas do jeitinho que elas são: sem amarras, sem presilhas, sem química.

 

HIDRATAÇÃO COM MAISENA

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Olá crespas!
Como todas vocês sabem, nós somos um coletivo. E um dos benefícios é viver trocando informações sobre novas receitas para os nossos lindos cabelos! Muitas das dicas que saem na page ou aqui no blog são frutos  dessas “trocas de informações”. A Twylla de Sampa fez hidratação com maisena e compartilhou com a gente. Decidi então fazer, segue a nossa resenha dupla!
Ingredientes:
2 colheres de sopa de maisena
200 ml de água
Meia tampinha de bepantol.
Uma colher de sopa de óleo de rícino
Máscara de hidratação – Marca Beltrat (Mandioca e Silicone) 2 colheres.
Modo de preparo:
Dilua as duas colheres de sopa de maisena no copo com água, em seguida leve ao fogo. Mexa até que vire um mingau, reserve. Espere até uns cinco minutos, ou até que a mistura com a maisena esteja morna, em seguida misture os outros ingredientes.



Ingrid
Uso:
Eu fui dividindo o cabelo em mechas, e foi passando mecha por mecha, massageando da raiz as pontas. Ao fim coloquei a touca térmica por 40 minutos.
Resultado: Eu achei que selou bem as cutículas. O que pra mim foi bastante válido, pois quando eu realizei o procedimento eu tinha acabado de colorir os fios. Hidratação prolongada e diminuição do frizz. Eu amei o resultado e continuo utilizando. Faço sempre que possível.
Primeira foto úmido, segunda seco.
Espero que vocês tenham gostado! Se vocês tem alguma receita, dúvidas, perguntas e mais compartilhe conosco nos comentários!


Twylla:
Da hidratação Sempre fui meio receosa com receitas caseiras, então só utilizava azeite, babosa e abacate. Essas coisas de maionese, banana, tutti-fruti e afins, nunca fizeram minha cabeça... Literalmente. Porém, resolvi testar a receitinha da hidratação de maisena. JURO, essa faz milagre! Não esperava que tivesse um resultado tão satisfatório. Brilho, maciez, sedosidade, malemolência e tudo o mais que uma boa hidratação pode nos proporcionar. Na minha receita utilizei: 2 colheres de sopa de maisena 2 xícaras de água Levei ao fogo médio, até formar um mingau mole. Esperei esfriar e a esse mingau adicionei: 1 colher de sopa de óleo de rícino 1 colher de sopa de Bepantol solução. A quantidade de creme hidratante vai depender do comprimento e volume do cabelo, então fica a critério de vocês. Só misturar tudo e enluvar o cabelo depois de lavado. Sempre deixo para condicionar depois da hidratação, pois o condicionador fecha as escamas e mantem o cabelo hidrato por mais tempo.

Primeira foto úmido, segunda seco
Vocês puderam notar que usamos praticamente os mesmos ingredientes, porém de uma forma um pouco diferente. E é exatamente o nosso objetivo. Fazer com que vocês se inspirem e se adaptem as dicas e receitas, pois cada uma de nós possui um cabelo ÚNICO. Espero que vocês tenham gostado! Se vocês tem alguma receita, dúvidas, perguntas e mais compartilhe conosco nos comentários!
Beijos crespos!
Por Ingrid da Matta e Twylla Ferraz
GT Moda e Beleza



CRESPAS PLUS SIZE - FINAL

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Para encerrar este especial vamos ver uma entrevista e um depoimento de lindasCrespas Plus Size!!

MBP -Como você começou com o Collective for us all??

Gisella Francisca -O blog começou como uma extensão virtual dos meus sketch books, mas bem menos autoral. Era como uma coleção de imagens e outros tipos de conteúdo que eu achava na internet e queria compartilhar ou reunir num só lugar. Depois eu fui incluindo conteúdo próprio, como meus textos e reflexões, por exemplo. Depois vieram as fotos próprias. Quando comecei a namorar meu atual namorado, eu passei a levar fotografia mais a sério, a investir em equipamento e workshops profissionais e a coisa foi evoluindo e meu blog foi virando o meu canal de lifestyle com bastante conteúdo de estilo e beleza – que são dois assuntos que estão amplamente presentes na minha rotina. 



MBP -Sempre gostou de moda? Quando seu interesse surgiu?

 GF - Eu sempre gostei de estilo, não necessariamente de moda. Desde criança sempre fui chegada a me vestir bem. Acredito que por influência da minha avó, mãe e das minhas tias. Uma delas morava na Europa e todas as vezes que vinha trazia uma novidade pra eu me inspirar. Eram os anos 80, então tinha bastante novidade chegando aqui no Brasil. Eu era novinha pra assimilar aquilo como tendência, mas fazia a minha leitura e escolhia as minhas peças. Fazia minhas próprias combinações, sob supervisão, claro. Mas o fato de sempre ter sido livre pra me vestir como queria e de ter influências dentro de casa contribuíram pra que eu desenvolvesse a consciência do estilo, por assim dizer. E sim, eu gosto de moda, claro. Mas estilo é bem mais a minha praia. Há algumas semanas li uma entrevista do estilista Erdem na revista AnOther e a frase resumia exatamente o que eu penso sobre moda e estilo: Moda é algo projetado, criado, imaginado. Estilo é instintivo. Ponto! 


MBP - De onde surgem e quais são as suas influências de moda? 
GF - Não me considero uma pessoa exatamente influenciada “pelas modas”. Até porque tenho muito de cultura vintage no meu estilo. Se fosse influência de moda, eu estaria meio last season, E, rsrsrsrs? Mas claro que tenho a minha interpretação das páginas da Vogue do mês, por exemplo.
Minhas influências são uma coleção de experiências que já tive na vida, lugares que fui, coisas que vi, senti. Mas, ao colocar isso tudo em prática na forma como me visto é o que eu chamo de estilo. Essas minhas experiências somadas ao meu gosto pessoal criam a minha leitura do que vejo nas ruas, vitrines, blogs e revistas. Meu jeito de me vestir diz muito sobre mim. Gosto de mixes coloridos, divertidos, mas elegantes e comportados sem serem puritanos ou chatos. 
O estilo da Miroslava Duma me agrada muito, Tenho prazer em ver as fotos de street style dela. A Iben, do Despite Color também é uma das minhas preferidas, assim como a Blair Eadie do Atlantic Pacific. A StyleDevil Marianne Teodorsen, da Noruega é muito diferente e inspiração também. As suecas Sandra Beijer e a Elsa Bilgren também. A Nadia Aboulhosn é um colírio prós olhos de quem gosta de estilo com certeza. São os principais blogs que eu visito quase diariamente.
Mira Duma - http://miroslavaduma.tumblr.com/
Um dos blogs que ela aparece, mas ela está em quase todos os sites de streetstyle:
Despite Color - http://despitecolor.blogspot.no/
Atlantic Pacific - http://www.atlantic-pacific.blogspot.com.br/
Style Devil - http://styledevil.faksimile.no/
Sandra Beijer - http://rodeo.net/niotillfem/
Elsa Bilgren - http://elsa.elle.se/
Nadia - http://www.nadiaaboulhosn.com/

MBP - Sempre esteve segura com seu corpo e seus cabelos ou já quis ser diferente? 

GF - Nem sempre, obviamente. Hoje em dia eu me conheço melhor, sei mais sobre mim, o meu valor e o meu caminho na vida. Essas coisas me fazem mais segura do que há alguns anos. Mas claro que todo mundo tem seus dias nublados, isso é normal. Mas, em geral, posso dizer que quase sempre estive segura com a minha imagem. Mas isso passa por muitas coisas além do espelho. Coisas às quais somos expostos desde pequenos influenciam muito nossas ideias acerca de valorização pessoal. Eu sempre gostei de comer bem e minha quantidade de exercícios nunca foi maior do que a quantidade de coisas gostosas que eu comia, por isso, magra eu não seria. Minha família é de pessoas mais carnudas, as mulheres são encorpadas e de cabelo natural, acredito que isso ajude muito. Claro que já quis acordar igual a Beyoncè, mas ter umas dezeninhas de quilos a mais nunca me matou de tristeza. Posso dizer que tenho a cabeça bem no ligar em relação à minha imagem. Olho no espelho e a sensação sempre foi boa.

MBP - Já sofreu algum tipo de preconceito? 
GF - Se já sofri eu nao entendi ou não assimilei como preconceito por isso não me lembro. Já tiveram situações em que, se eu fosse ativista, diria que era preconceito, mas nunca foi nada explícito que merecesse minha atenção e/ou reação nesse sentido. 

MBP - O que você acha de no mundo da moda haver poucas modelos negras plus size?  
GF - Falta de contato com a realidade. Pouca exploração de nicho de mercado, erro de branding e uma pena, em geral.  Não sou muito ligada nas celebridades de TV, mas, o número de negras na Caras reflete a realidade? Acho que não e o Brasil está longe disso, eu acho.


MBP - Indica algum site ou blog? 
GF - Vários, mando amanha uma lista melhor, mas, pra começar, os que citei acima. Vou indicar coisas que eu gosto e leio, e não (apenas) no assunto plus size e mulher negra, não pretendo focar neste nicho apenas. 

MBP - Acha que é possível se vestir bem tendo pouca grana? 
GF - Claro. O parcelamento ajuda muito, né não rsrsrrsrs? Mas, brincadeiras à parte, é sim. Ter bom senso, estilo e consciência do que fica bem em você e do que é adequado a determinadas situações faz a vida muito mais fácil, eu acho.

MBP - Qual a importância de assumir o cabelo crespo? 

GF - A mesma importância de assumir um cabelo liso. O que quero dizer é que é mais uma questão de aceitação própria do que do formato do cabelo. Essa é uma discussão enorme, evidentemente. Mas, quando eu faço apologia ao cabelo natural e aceitação do corpo, é visando atingir uma mulher que tem qualquer problema de autoestima relacionado às imagens e ideias deturpadas de beleza que temos em larga escala no Brasil e no mundo. Minha ideia vai mais em direção ao amor próprio em geral do que ao cabelo crespo em si. 

MBP - Qual a sua mensagem para nossas meninas sobre ser negra, crespa e plus size? 

GF - A minha mensagem é de amor e aceitação pessoal pra qualquer mulher e não pra um grupo apenas. Eu sou a Gisella Francisca, uma mulher com diversas características. Ser negra, crespa e vestir tamanhos considerados maiores são apenas três delas. Isso significa que ficar levantando bandeira de um grupo pode ser bom, não julgo isso. Mas a minha bandeira é a do amor próprio, respeito a si e aceitação do que é natural em você - isso vai além de cor da pele, textura do cabelo ou tamanho da roupa. 



E um depoimento da Thays C. para fechar!!

“Desde que me entendo por gente, escuto as pessoas falarem no tal “padrão de beleza”.

 

Isso só foi criado pra que a baixinha, a gordinha ou a “pretinha do cabelo ruim” (porque é assim que sempre dizem) se olharem no espelho e se sentirem como o patinho feio. E isso é ridículo! Cada um é e pode ser do jeito que bem entender!
Sempre fui gordinha e (quando me importava com opiniões alheias) sofria muito com o preconceito. Foi um longo caminho até fazer com que as pessoas aceitassem e respeitassem minha escolha de ser como sou.
Hoje, o plus size está em alta, vemos muitos sites, blogs e noticias mostrando mulheres despreocupadas com seu manequim e sem medo de mostrar suas curvas, mulheres que se aceitam e se amam acima de tudo, e fico muito contente quando vejo isso!
Ver mulheres que, assim como eu, viviam escondidas, com medo de possíveis julgamentos, lutando pra acabar com esse preconceito bobo e para mostrar que, mesmo dentro de um manequim 46, também pode ser uma mulher linda e desejada, é um motivo de orgulho pra todas nós!
Mas a luta não para aqui!...Dentro desse mundo Plus size vemos mulheres lindas, modelos desfilando suas curvas em passarelas, ensaios fotográficos, catálogos e mais catálogos. Mas e as plus sizes negras? Onde estão? Pode parecer mania de perseguição, mas não é!
Sejamos sinceros, o preconceito com os negros sempre existiu e, infelizmente, sempre vai existir. E, lamentavelmente não fugimos disso nem no mundo plus size. É um preconceito maquiado, dentro de um ambiente onde a ideia principal é acabar com a polêmica que envolve as mulheres plus sizes. Gente, não to dizendo que temos que nos fazer de vitimas. Muito pelo contrario! Como Plus Sizes já quebramos o tabu de que mulheres acima do peso não têm lugar na sociedade, agora é a vez de mostrar que a Plus Size negra também pode estampar a capa de uma revista, ou fazer ensaios fotográficos maravilhosos como todas as outras!
Se a mulher, por ter a pele negra sofre muito preconceito e a mulher gorda também sofre o mesmo ou mais, eu sendo negra e gorda sofro em dobro, e por isso vejo dois motivos a mais para lutar contra isso! Não é meu tom de pele, nem meu manequim que irão determinar se sou linda ou não, mas sim a maneira com que me sinto e me vejo:


NEGRA, GORDA E LINDA! 






ESCREVEDORAS DE NÓS!

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Fico cá pensando sobre nossos receios em relação à leitura e à escrita...

Eu poderia tecer milhões de teorias libertárias, falar do papel negligente da escola em nossa formação crítica, etc. Mas vou falar desse bloqueio através do olhar sensível.

A escrita é, naturalmente, um reflexo da oralidade. Nós, enquanto mulheres
negras descendentes de africanas e africanos, vivemos a experiência da fala no nosso DNA. Nossa ancestralidade nos faz contadoras e contadores de estórias. Então, por que não nos vemos na posição de Contadoras da História?! Da Nossa História?!

Reafirmando que a escrita é reflexo da fala, penso que nossa dificuldade em produzir textos vem do silêncio que o racismo nos impôs. Nossa fala foi calada com a mesma violência que os corpos de nossos ancestrais escravizados foram agredidos e feridos. O silêncio era a garantia da sobrevivência, afinal "se gritar, apanha mais!".

Sendo assim, essa escrita, até rasgar a fronteira que existe entre a tinta e o papel, se esconde. Essa escrita demora a chegar. Essa escrita ainda se cala diante do receio. Essa escrita ainda não veio...

Enquanto mulheres pretas, já temos textos internos capazes de alimentar blogues e páginas por mais de 500 anos, com postagens diárias! Enquanto mulheres pretas na construção do empoderamento, temos a capacidade de compartilhar nossos pensamentos de forma orgânica e humanizada.

Não se sintam constrangidas: vamos nos compartilhar e nos ensinar e nos aprender!

O Grupo de Trabalho Histórico e Político do Coletivo Meninas Black Power não é o Grupo de Trabalho mais acadêmico, como pode às vezes parecer por conta do imponente nome!
Ele é - e deve ser! - o Grupo de Trabalho que cumpre a função de contar nossa própria história por nós mesmas!

Por isto convido à todas que usem as letras, as palavras, frases e textos como arma contra os nossos cativeiros particulares. Que cada fonema escrito quebre um elo dessa corrente invisível que nos prende e machuca diariamente. Que nossa escrita surja e insurja! Que possamos contaminar mais mulheres pretas com nossa força e amor.

Escrevam-se!
Beijos carinhosos,
Fabíola Oliveira.
Coordenadora do GT HEP e escrevedora de mim.

MBP TESTOU: SEDA KERAFORCE ORIGINAL - CRESPOS NATURAIS

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Como todas já sabem a  Seda Cocriações lançou  novamente a linha Keraforce, mas agora com duas novidades: Keraforce Original Crespos Naturais e Keraforce Crespos com Química. As novas fórmulas contém queratina e óleo de argan, que prometem a revitalização, hidratação e brilho, tanto para os cabelos naturais, quanto para os cabelos quimicamente tratados.

Amei o lançamento e resolvi testar no meu cabelo que é do tipo 3c/4a. Estávamos realmente carentes de produtos acessíveis, próprios para os nossos crespinhos, não é? Numa ida ao supermercado encontrei a linha para cabelos naturais e comprei todos os produtos. Inicialmente testei  o creme de tratamento (400g), que custou em torno de 7.00 reais* e o creme para pentear/leave in, (300ml) 5.99 reais*.

Após lavar os cabelos com meu shampoo de costume Phytoervas Cacheados noni e bambu (sem sal), apliquei  o creme de tratamento, mecha por mecha e deixei agir por  5 minutos em touca de alumínio. A consistência é firme, porém aquosa, e o cheiro é ok( mas infelizmente não tão bom quanto o cheiro do Seda Cachos, que eu particularmente amo, mas é agradável). Ao enxaguar notei que os cabelos ficaram macios e com brilho, ponto positivo. Usei o condicionador Pantene Cachos em seguida, e para finalizar o  creme de pentear Keraforce crespos naturais, que tem textura leve e é pouco concentrado. Apliquei quantidades generosas em todo o cabelo, pois esse negócio de usar o equivalente a uma moeda de cinquenta centavos não rola pra mim e pra vocês? (risos)

Preciso confessar que não curti muito no início, com os cabelos ainda úmidos, porque o cabelo ficou um pouco pesado/sem volume. Aproveitei que estava um dia lindo de sol e deixei secar naturalmente. E pra minha surpresa amei o resultado. Deixou o cabelo com muito brilho, hidratado, leve, definido e o "day after"  foi incrível, não precisei fazer nada além de desamassá-los com as mãos pela manhã.

  Alguma crespa já testou? O que vocês acharam? Conta pra gente aqui nos comentários!
*Preço de São Paulo
 

IDENTIDADE CRESPA

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Olá Crespas, hoje iniciaremos uma série de postagens falando sobre aimportância de dissociar a ideia do cabelo crespo ser só mais um acessório fashion ou algo para pessoas com ligadas às artes, mídias e afins. Afinal, quem nunca ouviu frases como: "Nossa, como você é estilosa?" "Black power tá na moda, né?" "Você é atriz? Modelo? Cantora?". Diversas vezes algumas meninas já elogiaram meu cabelo e disseram que não são tão "estilosas" quanto eu e por isso não voltam para o natural, mas quando uma mulher com cabelo liso usa natural e não é tão ligada ao estilo soa mais normal?
A grande questão é entender que o seu cabelo faz parte de quem você é, então é impossível isso representar apenas um estilo ou uma tendência, pois estas mesmas  passam. Hoje, o cabelo crespo está realmente sendo mais incorporado, no entanto a falta de aceitação do uso do natural ainda é esmagadora, principalmente em ambientes profissionais.  
Muitas vezes a questão da negação do cabelo crespo está profundamente relacionada com a vergonha de se apresentar diante de uma sociedade que marginaliza o cabelo do negro. A constante omissão do cabelo crespo se apresenta quando é necessário ir à uma entrevista de emprego ou uma festa social, por exemplo.
Vamos entender o símbolo do cabelo crespo em outras culturas. Com a palavra, Fabíola Oliveira (Coordenadora do Grupo de Trabalho Histórico-político do Meninas Black Power, criadora da grife Colares D’Odarah):
"Em termos culturais, trazemos dois dados - dentre os infinitos aspectos dos simbolismos culturais africanos - que entendemos como relevantes para o entendimento da vergonha dos cabelos crespos:
1- Em África, quando um guerreiro era abatido por seu opositor, recebia como punição, dentre tantas, o corte de seus cabelos, uma vez que essa atitude era a pior humilhação que poderia ser passada por um homem. Nos cabelos se concentrava todo um caráter simbólico,.como por exemplo se identificava pelos tipos de cabelos e penteados o papel social que aquele homem desempenhava - se era militar/guerreiro, se era nobre, se era burocrata. Os cabelos, penteados com tranças, denunciavam qual 'classe social' aquele homem pertencia. Quando seus cabelos eram arrancados, esse homem perdia a identidade, por isso tamanha a  humilhação.
2- Nas religiões de matriz africana, para o sujeito passar pelo ritual de iniciação, ele precisa ter sua cabeça raspada, ou seja, seus cabelos cortados, como sinal de reverência total às divindades. O cabelo é ofertado como presente por ser a parte do corpo mais valiosa e sensível de uma pessoa; aquela que capta todas as energias do ambiente.
Percebem a importância dos nossos cabelos? Por isso, ressignificaram negativamente essas noções culturais e continuam nos humilhando fazendo com que nossos homens pretos raspem a cabeça em sinal de higiene e respeitabilidade; fazem com que nossas mulheres pretas alisem a 'vergonha' do volume. Nos humilham diariamente.
Vamos engrossar uma campanha em favor da valorização do uso dos nossos cabelos crespos não só pelo ponto de vista estético, mas pelo político-ideológico. Essa valorização da nossa ancestralidade real e majestosa é a cara das Meninas Black Power que, para além da estética, lutam pela emancipação política do povo preto. Tornemos esse movimento legítimo através de nossa adesão. Estejamos juntas, nós por nós!"
Compreender que o seu crespo está intimamente ligado à sua identidade negra faz com que você consiga ter segurança e convicção. Assim, quando a tendência acabar, você continuará firme no seu posicionamento em relação ao uso do cabelo crespo.
Perguntei para algumas crespas como se relacionam com o estilo e o crespo:
"...Dizem que cabelo é a moldura do rosto. Para mim vai muito mais além: é minha identidade, é meu estilo, minha marca registrada. Nossa, foi a melhor coisa que fiz foi me reassumir! Hoje eu me acho linda de qualquer jeito, com qualquer roupa por mais simples que ela seja, o cabelo dá um UP. Saio tranquilamente sem maquiagem, sem brinco, me sinto poderosa do mesmo jeito. Se assumam meninas e sintam o poder que o black power te dá!" (Leticia Martins, estagiária de Marketing - blogueira do PretaPretinhaBlog)
"Meu cabelo é a minha identidade. A partir do momento em que assumi o meu cabelo crespo e passei a amá-lo do jeito que ele realmente é, descobri o meu verdadeiro eu. A vontade de zelar, enfeitar, e fazer diversos penteados surge naturalmente, pois trata-se de um cabelo de 1001 possibilidades: o que na maioria das vezes é visto apenas como estilo. Engana-se quem tem esse pensamento, pois creio que o cabelo crespo vai muito além disso, antes de tudo significa: liberdade, força e luta.” (Loana Novaes do Meninas Black Power, mãe e dona de casa)
“É com tristeza e pesar que escrevo este pequeno depoimento. Não, não... Ninguém da minha família morreu. Porém, uma parte de mim vem "sendo morta" a cada dia... Sou estudante de economia. E a minha futura profissão exige - digamos assim - um visual mais ‘formal’. Um cabelo mais ‘asseado’; mais ‘clean’... É com esse tipo de comentário que preciso me deparar todos os dias. As pessoas não avaliam a minha competência, o meu currículo, mas sim a minha aparência. Ainda assim, com todas as dificuldades, vou manter a minha posição para que mais crespas, economistas ou não, possam ter a liberdade de usar seus cabelos como quiserem, sem serem ‘zoadas’ ou discriminadas.”  (Ingrid da Matta – Estudante de economia e Menina Black Power)

Assim como as meninas, conte sua história para nós, como e ajude outras crespas. E e lembre-se: Crespo não é só estilo, crespo é identidade.

COISA NOSSA - JOTA C ANGELO

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     A Snug acaba de nascer, mas já vem mostrando que veio pra ficar. A marca foi idealizada pelo artista plástico Jota C Angelo. Ele nos conta que a ideia de criar a marca já estava há bastante tempo em sua mente, porém precisava de tempo para executá-la. Para poder se dedicar mais ao desenho, saiu de seu emprego e abriu juntamente com uma amiga a loja virtual da Snug. Além das camisetas você também pode conferir outros trabalhos do artista. Segue abaixo uma pequena entrevista com o nosso parceiro e amigo Jota.

MBP: A sua autoafirmação te ajuda a criar?
JCA: Meu trabalho sempre foi estético. Ao longo do tempo percebi que tinha que levantar algum tipo de bandeira, defender alguma causa por meio da minha arte. Foi quando comecei a fazer "meninas black power" com cabelo colorido. Elas representam, através das cores, todo tipo de diversidade: racial, cultural, sexual… Até mesmo a diversidade da natureza, já que seus cabelos podem parecer uma flor ou a copa de uma árvore.

MBP: Como associa a imagem da mulher negra ao seu trabalho?
JCA:Acho que essa associação é algo natural. Eu sempre gostei de desenhar mulheres, mas de um tempo pra cá passei a perceber que a mulher negra era pouco representada na arte e de forma contemporânea também. Sempre vejo a mulher negra representada de forma muito folclórica e queria algo mais moderno.

MBP: Seu cabelo é super natural e nós adoramos! Quando decidiu deixá-lo assim? 
JCA: Eu uso cabelo black desde o ensino médio. Nos anos 2000, quando o Marcelo D2 apareceu na mídia novamente (depois do Planet Hemp, em carreira solo). Aquela imagem ficou marcada pra mim, vi nele alguém que representava a imagem que eu queria ter. Criei coragem e deixei o cabelo crescer natural. Quando entrei para faculdade, criei o blog O Último Black Power, que antes se chamava Eu Vou Assim (Homens). Com o tempo e mais consciência afirmativa, mudei o nome do blog.

MBP: Poderia deixar algumas dicas para os meninos que também usam o cabelo natural?
JCA: Mantenha o cabelo sempre hidratado e limpo, além de usar uma toalha que não deixe bolinhas brancas no cabelo na hora de secar. Para não correr o risco de sair por aí com o cabelo cheio de "bolinhas brancas de cobertor". Aprendi lendo algumas coisas na internet e buscando referências em fotos, mas eu não tenho muitos cuidados especiais. Faço o básico para ele ficar sempre limpo, com cachos definidos e brilhoso.

     Abaixo estão mais algumas fotos do editorial (com a presença e cabelo da Ingrid, MBP da equipe Rio) que foi feito para lançamento da marca. Confiram!



      Gostou? Então corre lá pra garantir a sua! Os produtos estão a venda nos sites abaixo:


CONCURSO CULTURAL - NOSSA HISTÓRIA NO BLOG MBP

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Neste mês de setembro, nosso blog completa um ano!!!!

Para celebrar esta data queremos que vocês façam parte deste momento. Queremos que vocês escrevam a história MBP! 

Envie seu texto para blogmbp@gmail.com contando a HISTÓRIA DE SEU BLACK e como o BLOG MENINAS BLACK POWER fez parte dessa história!

Dedicaremos uma semana inteirinha para publicar o especial NOSSA HISTÓRIA NO BLOG MBP. A Equipe MBP escolherá as sete histórias que se destacarem.

Não esqueça de mandar as imagens que você gostaria que ilustrasse seu texto!


Participe! Escreva!




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